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Diretor Executivo do UNFPA visita Salvador, Bahia, onde o UNFPA está ajudando a reduzir a mortalidade maternidade e apoiando as pessoas jovens a alcançar seu pleno potencial

 

SALVADOR – A Bahia tem a maior população afrodescendente do País, cerca de 75% dos habitantes de sua capital, Salvador. Por essa razão, ela foi declarada Capital Afrodescendente da Ibero-América. Entretanto, muitos desses afrodescendentes enfrentam desigualdades na distribuição de renda, níveis de escolaridade mais baixos, piores condições de saúde e de trabalho, condições agravadas por disparidades de gênero, raça e geracionais.

O Fundo de População das Nações Unidas, UNFPA, está contribuindo para mudar essa situação. “Nós estamos trabalhando (aqui) com pessoas jovens, saúde materna e e grupos indígenas vulneráveis para garantir oportunidades iguais para todos”, disse o Diretor Executivo do UNFPA, Dr Babatunde Osotimehin, ao Governador da Bahia, Jaques Wagner, durante encontro realizado no último dia 20. “E nós podemos ajudar a Bahia a se tornar uma ponte entre o Brasil e a África”, referindo-se às novas oportunidades de Cooperação Sul-Sul.

Eles se reuniram no Escritório do Governo em Salvador para rever o abrangente portfolio de cooperação do UNFPA na Bahia, com foco especial em saúde sexual e reprodutiva, morte materna e direitos da juventude. Eles também discutiram as possibilidades de fortalecimento das iniciativas da Cooperação Sul-Sul com países africanos em nível estadual. “Nós estamos reduzindo a pobreza com foco nas questões sociais”, disse o Governador Jaques Wagner, “e estamos muito interessados em compartilhar esta experiência, é uma aspiração da nossa comunidade”.

A parceria entre o UNFPA e o Governo da Bahia começou em 2008. Inicialmente, foram assinados acordos bilaterais abrangendo questões como a promoção da igualdade, Direitos Humanos e desenvolvimento sustentável. Desde 2010, a cooperação tem se expandido para outros setores e, atualmente, inclui o uso de dados demográficos para subsidiar políticas públicas, o desenvolvimento de capacidades institucionais na saúde – especialmente em saúde sexual e reprodutiva, a promoção da justiça e segurança sem discriminação e a expansão da Cooperação Sul-Sul.

Como resultado do quadro de cooperação, o UNFPA desenvolveu várias iniciativas para melhorar a capacidade local, como seminários e workshops abordando a saúde a partir de uma perspectiva de Direitos Humanos e atividades de treinamento para profissionais de saúde. Desde 2009, é desenvolvida uma campanha de sensibilização sobre a redução da mortalidade maternal, e materiais da campanha já foram fixados em ônibus e no mobiliario urbano do aeroporto, ruas e avenidas da cidade.

O UNFPA também desenvolveu e implementou o projeto “Promovendo os Direitos dos Jovens: Cultura e Saúde Sexual e Reprodutiva em Salvador”, com o objetivo de construir habilidades de competência de vida em direitos humanos e saúde sexual e reprodutiva, incluindo a prevenção do HIV/Aids. Como resultado, em 2012 o projeto foi incorporado à Política de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação, Cultura, Esportes e Lazer de Salvador, tornando-se uma política pública plena. No último ano, foi realizada uma pesquisa sobre as características da população jovem e as iniciativas institucionais voltadas para o público jovem; ela irá subsdiar o Município de Salvador na construção de uma futura Política Municipal de Juventude.

Mãe Stella

Durante o encontro com Jaques Wagner, Dr. Babatunde Osotimehin foi convidado a visitar Mãe Stella de Oxóssi, uma das principais líderes das religiões Afro-Brasileiras. Ambos tiveram a oportunidade de conversar em Yorubá, língua falada na África Ocidental (Dr. Babatunde é nigeriano). O Yorubá é também utilizado no Candomblé, que teve sua origem nas tradições dos sacerdotes africanos que estavam entre os escravos trazidos da África entre os séculos XVI e XIX. O UNFPA trabalha com a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde para promover a atenção integral à saúde e a equidade de gênero, uma parceria mencionada durante o encontro. Dr. Babatunde disse que Mãe Stella é uma forte líder e uma forte mulher, e agradeceu a oportunidade de encontrá-la. Mãe Stella relembrou sua tataravó, que veio da Nigéria, e disse que estava muito feliz por poder relembrar suas origens. Ela também convidou o Diretor Executivo do UNFPA a retornar ao Brasil.