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Diálogo de Tambores reconhece herança ancestral da população afrodescendente em Salvador

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Diálogo de Tambores reconhece herança ancestral da população afrodescendente em Salvador

calendar_today 11 Mai 2024

Especialistas, governo, sociedade civil e lideranças se reuniram no coração de Salvador para dialogar sobre diversidade, ancestr
Especialistas, governo, sociedade civil e lideranças se reuniram no coração de Salvador para dialogar sobre diversidade, ancestralidade e reconhecimento da população afrodescendente. Foto: ©UNFPA Brasil/Ayala Aoli

Essa foi a primeira vez que o Brasil recebeu o evento, que contou com a presença da diretora-executiva do UNFPA, Natalia Kanem

 

SALVADOR, Bahia – A arte, cultura e diálogo movimentaram o Pelourinho na tarde do dia 08 de maio. Especialistas, representantes governamentais, sociedade civil e lideranças se reuniram no coração de Salvador para dialogar sobre diversidade, ancestralidade e reconhecimento da população afrodescendente. O evento também celebrou o 30º aniversário da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (ICPD) e debateu os avanços relacionados à primeira Década Internacional dos Afrodescendentes.

Especialistas, governo, sociedade civil e lideranças se reuniram no coração de Salvador para dialogar sobre diversidade, ancestralidade e reconhecimento da população afrodescendente. Foto: ©UNFPA Brasil/Gabi Palha

“Se você é um maroon da Jamaica ou um quilombola no Brasil, você sabe a história envolvendo os tambores. Os tambores não são mais silenciados e isso é uma vitória”, destacou Natalia Kanem, diretora-executiva do UNFPA.

Para a secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia, Ângela Guimarães, é necessário enfrentar o racismo para promover o desenvolvimento sustentável e a justiça social. “O racismo cultural e sistêmico colocou uma imensa parcela de afrodescendentes, de várias gerações em situação contínua de desigualdade. As conferências apontaram que sem enfrentar o racismo, o sexismo e  a desigualdade de classe, não promoveremos equidade, justiça social e desenvolvimento ", mencionou.

Pela tarde aconteceram mesas de debates na Faculdade de Medicina da Bahia, da Universidade Federal da Bahia (FMB/UFBA), que discutiram as contribuições e a preservação do patrimônio cultural das comunidades afrodescendentes e a visibilidade estatística da população afrodescendente. Ao final dos painéis temáticos, foi realizado um cortejo, pelas ruas do Pelourinho, com jovens de grupos de tambores de periferias de Salvador. À noite, as pessoas celebraram com os blocos Urbanidade Nagô, Reinado Afro, AfroTumTum, Didá Banda Feminina e Ilê Ayê

“Nessa última década, apesar do esforço da ONU, o racismo, a fome e a miséria continuam crescendo juntos com a violência. Estamos aqui para confirmar que precisamos de mais uma Década Internacional dos Afrodescendentes. O racismo não descansa”, destaca João Jorge Rodrigues, presidente da Fundação Palmares. Foto: ©UNFPA Brasil/Ayala Aoli

“Nós temos uma missão: não existe qualquer tipo de desenvolvimento, seja econômico ou sustentável, se não estiver pautado na igualdade racial”, finalizou Luiz Barros, Chefe de Gabinete da Secretaria Executiva do Ministério da Igualdade Racial.

Sobre o Diálogo de Tambores

O "Diálogo de Tambores: pelo reconhecimento, justiça e desenvolvimento dos afrodescendentes" tem como objetivo geral promover reconhecimento e respeito pela diversidade do legado, da cultura e da contribuição das pessoas afrodescendentes. Trata-se da terceira edição deste evento, sendo que a primeira foi realizada em Nova Iorque, em 2019, e a segunda em San José da Costa Rica, em 2021 e na República Dominicana, em 2023.

Ao final dos painéis temáticos, foi realizado um cortejo, pelas ruas do Pelourinho, com grupos de tambores. Foto: ©UNFPA Brasil/Gabi Palha