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Evento em Salvador reúne especialistas, representantes governamentais, lideranças afrodescendentes e representantes da sociedade civil afrodescendentes, agências da ONU, parlamentares, academia e público em geral

SALVADOR, Bahia – O “Diálogo de Tambores: pelo reconhecimento, justiça e desenvolvimento dos afrodescendentes” é um evento cultural que será realizado no dia 08 de maio, em Salvador, Bahia,  que visa reconhecer e dar visibilidade às expressões artísticas da população afrodescendente, promover o reconhecimento de seus direitos humanos e lutar contra o racismo e a discriminação racial.

Tem como objetivo é aumentar a conscientização sobre a realidade dos povos e comunidades afrodescendentes em todo o mundo, celebrando o encerramento da primeira Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024) e da comemoração do 30º aniversário da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada em 1994, no Cairo, Egito.

O evento é realizado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e conta com vários parceiros e de diferentes instâncias de governo, como do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Ministério da Cultura (MinC), Fundação Cultural Palmares e Governo do Estado da Bahia. O evento é produzido pelo Instituto Afrolatinas.

Será transmitido via streaming pelo YouTube do UNFPA.

Tudo acontecerá no dia 08 de maio, quarta-feira: das 14h às 18h, serão realizadas mesas de debates na Faculdade de Medicina da Bahia, da Universidade Federal da Bahia (FMB/UFBA), no Largo Terreiro de Jesus, no Pelourinho (ver programação abaixo). Ao final dos painéis temáticos, será realizado um cortejo, pelas ruas do Pelourinho, com grupos de tambores formados por jovens das periferias de Salvador, BA, que sairão em direção ao Largo Quincas Berros D'Água. Das 18h às 21h está previsto uma série de atrações culturais, dentre elas o Ilê Aiyê, que está celebrando seus 50 anos de fundação. Para acompanhar os painéis é necessário realizar a retirada de ingresso no Sympla. Já a entrada nos shows é aberta, sendo que há limite de lotação. 

O evento contará com a participação da autoridade mais alta do UNFPA, a diretora executiva Natalia Kanem; do presidente da Fundação Palmares, João Jorge; da secretária do Sistema Nacional de Promoções da Igualdade Racial, do Ministério da Igualdade Racial, Ieda Leal; do chefe Assessoria para Igualdade Racial, Senhor Luis Eduardo Batista, do Ministério da Igualdade Racial, e da secretária de Promoção da Igualdade Racial do governo do estado da Bahia, Ângela Guimarães, entre outros(as).

Promoção da cultura afrodescendente

A Organização das Nações Unidas tem feito esforços importantes com vistas a garantir o respeito à diversidade cultural e a inclusão das pessoas de ascendência africana, reconhecendo que a cultura desempenha um papel fundamental na promoção da paz e de sociedades mais inclusivas. Igualmente no âmbito da Década Internacional dos Afrodescendentes, foi feito um apelo para “promover um maior conhecimento e respeito pela diversidade, herança e cultura dos afrodescendentes e sua contribuição para o desenvolvimento das sociedades” (ONU, 2015).

"A Década Internacional dos Afrodescendentes faz parte da Trilha da Liberdade. Lançada em 2015, a ONU tem envolvido pessoas de ascendência africana e aproveitado os seus diversos conhecimentos e experiências para a justiça, o reconhecimento e o desenvolvimento da sexta região de África, a sua extensa diáspora com cerca de 200 milhões de habitantes”, disse Natalia Kanem na 3ª Sessão do Fórum Permanente de Afrodescendentes, realizada em abril deste ano.

Mesmo com todos os esforços já feitos na América Latina e Caribe para preservar as diferentes expressões culturais, ainda é necessário promover políticas que reconheçam a natureza pluriétnica e multicultural dos afrodescendentes e incentivem sociedades mais inclusivas. A visibilidade estatística é uma prioridade para garantir a geração de dados confiáveis em âmbito nacional e local para determinar a situação dos afrodescendentes e avançar na completa proteção e promoção de seus direitos humanos.

A importância de sociedades mais multiculturais e inclusivas

O Brasil é o sexto país mais populoso do mundo e também um dos países mais multiculturais e etnicamente diversos. Segundo o Censo Demográfico de 2022, dos mais de 203 milhões de habitantes no Brasil, 42,8% se declaram brancos e 55,9% se declaram afrodescendentes (sendo 45,3% pardos e 10,6% pretos). Isso significa que o Brasil tem 114 milhões de afrodescendentes, o que representa o maior contingente fora do continente africano. O estado da Bahia conta com 79% de afrodescendentes em sua população. 

O Diálogo de Tambores reunirá artistas africanos e afrodescendentes para mostrar seus trabalhos e refletir sobre diversas questões que afetam as comunidades negras no Brasil e no mundo, falando sob a perspectiva da igualdade e inclusão dos afrodescendentes.

Retire seu ingresso aqui.

Confira a programação