Mensagem do Dr. Babatunde Osotimehin, Subsecretário-Geral das Nações Unidas e Diretor Executivo do UNFPA
Ao comemorar o Dia Internacional das Mulheres (8 de março) e celebrar as muitas conquistas das mulheres e meninas, também devemos lembrar que, para muitas, a habilidade de viver uma vida produtiva, saudável e livre de violência, que permita desfrutar plenamente do seu potencial, continua a ser uma aspiração. Então hoje é também o momento de nos comprometermos, agora e de uma vez por todas, com a promessa da igualdade de gênero, empoderamento das mulheres, e saúde sexual e reprodutiva e direitos para todas as mulheres e garotas em todos os lugares.
Grandes progressos foram alcançados ao longo das últimas duas décadas em diversas áreas. Menos mulheres estão morrendo na gravidez e no parto. Na verdade, nós reduzimos a mortalidade materna em quase 50%. O acesso das mulheres ao planejamento familiar e aos cuidados pré-natais também melhorou.
Mais mulheres têm acesso à educação, trabalho e participação política. Mais meninas estão indo para a escola, com as taxas de escolarização primária aproximando dos 90%. Isso tem implicações positivas para outros aspectos de suas vidas e é, de fato, bom para todos nós, homens incluídos. Mulheres e meninas educadas podem tomar decisões informadas sobre a sua saúde e vida. Elas podem reivindicar seus direitos e contribuir mais plenamente para suas famílias e comunidades. Quando estão em cargos de liderança, elas podem trabalhar de forma mais eficaz para promover o desenvolvimento sustentável, a paz e a boa governança.
No entanto, as mulheres e meninas continuam a enfrentar violações de direitos humanos, incluindo violência e práticas nocivas. Leis destinadas a proteger os seus direitos, quando existem, muitas vezes não são aplicadas. Uma em cada três mulheres é vítima de violência ao longo de sua vida, muitas vezes por alguém que ela conhece. Milhões de meninas ao redor do mundo ainda enfrentam o risco de mutilação/corte genital, apesar de um século de esforços para colocar um fim a essas práticas. Todos os dias, 20 mil meninas com menos de 18 anos dão à luz em países em desenvolvimento; nove em cada 10 destes nascimentos ocorrem dentro de casamentos ou uniões estáveis, o que reflete o fato de que o percentual de meninas sendo casadas antes de completarem 18 anos não mudou muito nos últimos anos.
À medida que traçamos o caminho do desenvolvimento à nossa frente, vamos olhar para as bases estabelecidas há 20 anos no Cairo, na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, que reconheceu que o empoderamento das mulheres e meninas era, ao mesmo tempo, a coisa certa a fazer e a chave para a melhoria do bem-estar para todos e todas - mensagem levada um ano mais tarde a Beijing pelos líderes mundiais.
A revisão global da CIPD+20 recentemente liderada pelo UNFPA aponta para enormes ganhos de desenvolvimento ao longo das últimas duas décadas. Mas ela também revela que as persistentes desigualdades e a discriminação continuam a prejudicar os direitos humanos de mulheres e meninas. Essas desigualdades, se não forem tratadas, ameaçam inviabilizar o desenvolvimento. É por isso que é tão crítico colocar as mulheres e meninas mais marginalizadas e vulneráveis no centro do novo marco de desenvolvimento sustentável que estamos construindo.
Neste Dia Internacional das Mulheres é hora de fazer valer a nossa promessa para as mulheres e meninas de todo o mundo. O UNFPA está firmemente empenhado em ajudar a realizar a igualdade de gênero, o empoderamento das mulheres e a saúde sexual e reprodutiva e direitos para todas, com ênfase nas mais marginalizadas, especialmente meninas adolescentes. A igualdade para as mulheres e meninas significa verdadeiramente o progresso para todas e todos e a chave para um futuro mais sustentável.