Nesta terça-feira (24), a representante auxiliar do Fundo de População da ONU no Brasil (UNFPA Brasil), Fernanda Lopes, participou da abertura do Colóquio Gênero, Raça e Sexualidade na Política Global: Desafiando os Estudos em Relações Internacionais. O evento aconteceu no Campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB) e contou com a presença de ativistas dos movimentos sociais de relevância nacional.
Na ocasião, Fernanda ressaltou, com um recorte racial, as inúmeras evidências de como as desigualdades determinam as condições de vida da população . “Sabemos que os riscos de uma gravidez não intencional na adolescência são maiores para garotas que vivem em contextos de pobreza. Estas meninas têm maior risco de adquirir infecções sexualmente transmissíveis, de serem vítimas de violência e sujeitas a mortes maternas. No Brasil, este grupo de adolescentes é prioritariamente negro”.
A representante auxiliar também apresentou dados revelados no último relatório Situação da População Mundial - Mundos Distantes. O relatório mostra que em pelo menos 34 países, a diferença entre os mais ricos e os mais pobres cresceu entre 2008 e 2013. Essa desigualdade têm várias nuances incluindo a saúde reprodutiva e sexual das mulheres. No Brasil, 1 em cada 5 bebês nasce de uma mãe com idade entre 10 e 19 anos. De cada 3 mulheres casadas com idade entre 20 e 24 anos, uma se casou antes de completar 18.
Para Fernanda Lopas, é preciso aprimorar as capacidades institucionais para ir do reconhecimento do problema à ação. “É preciso que sejam implementadas, monitoradas e avaliadas ações de promoção da equidade. A justiça social é atingida se as desigualdades motivarem ações diferenciadas”.
Com o objetivo de dialogar e refletir sobre a possibilidade da construção de uma agenda comum de pesquisa, ensino e extensão no campo das Relações Internacionais, o evento pretende, até sexta-feira (27), aprofundar reflexões sob a ótica das Relações Internacionais nos quatro campi da UnB situados nas regiões administrativas do Distrito Federal.
