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Crianças venezuelanas participam de coral em abrigos de Boa Vista

Crianças venezuelanas participam de coral em abrigos de Boa Vista

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Crianças venezuelanas participam de coral em abrigos de Boa Vista

calendar_today 11 January 2019

Crianças venezuelanas cantam músicas tradicionais de seu país. Foto: ACNUR/Allana Ferreira

Na semana que antecedeu o Natal, os Canarinhos da Amazônia, coral formado por 50 crianças e adolescentes venezuelanos, se apresentaram em seis dos dez abrigos de Boa Vista que acolhem refugiados e migrantes em situação de vulnerabilidade.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) apoia os Canarinhos da Amazônia desde 2017, quando estabeleceu seu escritório em Boa Vista para responder mais adequadamente ao fluxo de venezuelanos na região.

Desde julho de 2018, o ACNUR e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) têm aportado recursos adicionais no projeto em parceria com a União Europeia, por meio do seu Instrumento de Contribuição para a Estabilidade e a Paz (IcSP, da sigla em inglês).

Na semana que antecedeu o Natal, os Canarinhos da Amazônia, coral formado por 50 crianças e adolescentes venezuelanos, se apresentaram em seis dos dez abrigos de Boa Vista que acolhem refugiados e migrantes em situação de vulnerabilidade.

Crianças venezuelanas cantam músicas tradicionais de seu país. Foto: ACNUR/Allana Ferreira

Cantando músicas tradicionais da Venezuela, as crianças viveram momentos de alegria, emoção e resgate cultural aos moradores que prestigiaram as apresentações.

Gabriela*, de 17 anos, é integrante dos Canarinhos desde 2016. Ela conta que a parte mais gratificante de cantar nos abrigos foi proporcionar aos outros venezuelanos uma forma de se sentir mais perto de sua terra.

“Fiquei muito feliz com a oportunidade de cantar para nossos irmãos venezuelanos. Todos nós cantamos com muito amor, com a intenção de que possam relembrar de seu lugar”, diz a jovem, que entende as dificuldades enfrentadas por aqueles que tiveram de deixar tudo para trás e viajar ao Brasil em busca de proteção.

O sentimento do público foi semelhante. Oswaldo*, de 59, morador do abrigo Rondon 1, conta que se sentiu profundamente emocionado com a apresentação. “Todas as músicas me trouxeram recordações da minha infância, da minha juventude, de diversas fases da minha vida”, conta.

Para ele, assistir ao coral foi como ver um filme de sua própria vida pelas lembranças trazidas pelas canções. Revelou que se sentiu mais forte por lembrar do passado e reforçar sua esperança de que os tempos difíceis em breve ficarão para trás.

A pequena Angela*, de 10, outra Canarinha, revelou que sempre sonhou em cantar e que agora está realizando um sonho. “Quando estou cantando, sinto que vou voar”, revela com os olhos emocionados.

Seu colega Jorge*, um pequeno warao de 14 anos, diz que fazer parte do projeto significa algo além de cantar, é como uma missão. “Hoje viemos trazer paz às pessoas que vivem nesse abrigo”, disse.

O projeto Canarinhos da Amazônia é sediado na Casa da Música em Pacaraima, cidade brasileira no extremo norte do país, na fronteira com a Venezuela.

Desde 1997, a Casa da Música oferece a prática do canto às crianças da região e, em 2016, passou a acolher pessoas em situação de vulnerabilidade que se viram forçadas a deixar o país vizinho.

Além de oferecer as aulas de música e coral, a Casa da Música é um espaço seguro e que possibilita a interação entre os participantes do projeto, e a integração com a comunidade brasileira, já que cantam também canções em português.

Miriam Blos, idealizadora do projeto, conta que ao perceber a crescente chegada de venezuelanos em Pacaraima, e o estado de vulnerabilidade em que se encontravam, decidiu incluí-los no projeto.

“Decidimos estabelecer uma nova experiência de relacionamento por meio da música, construindo um canal humanitário”, contou ela, que teve a oportunidade de entender na prática de que forma a prática musical pode aprimorar a convivência pacífica.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) apoia os Canarinhos da Amazônia desde 2017, quando estabeleceu seu escritório em Boa Vista para responder mais adequadamente ao fluxo de venezuelanos na região.

Desde julho de 2018, o ACNUR e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) têm aportado recursos adicionais no projeto em parceria com a União Europeia, por meio do seu Instrumento de Contribuição para a Estabilidade e a Paz (IcSP, da sigla em inglês).

As atividades apoiadas pela União Europeia no norte do país têm o objetivo melhorar o ambiente de proteção para venezuelanos e venezuelanas no Brasil e contribuir para uma convivência mais pacífica desta população nas cidades de acolhida.

*Os nomes foram alterados por motivo de proteção.