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Gislene Pereira, uma costureira de 51 anos moradora da área rural de São Sebastião (região administrativa do Distrito Federal) , tem uma pequena empresa de confecção de camisetas que foi afetada pela pandemia da COVID-19. Até a pandemia, ela fazia camisetas para eventos, como festas de aniversário, além de uniformes para empresas e igrejas. “As pessoas que já tinham feito pedidos cancelaram. Parou totalmente”, ela lamenta. Por meio do projeto Fábrica Social Jardim Botânico, uma iniciativa do Movimento Comunitário Jardim Botânico apoiada pelo Fundo de População da ONU, ela voltou a trabalhar costurando máscaras de pano, algo que nunca tinha feito antes.

O Fundo de População da ONU vai adquirir três mil máscaras e mil toalhas do projeto, que integrarão Kits Dignidade distribuídos à população em situação de rua do Distrito Federal, por meio de uma parceria com a Secretaria de Saúde. Gislene é uma das pessoas que estão confeccionando os produtos, o que possibilitou que ela voltasse a ter renda. “Se não fosse isso, não ia conseguir pagar minhas contas e comer”, afirma. 

De acordo com Ilton de Queiroz, diretor executivo do Movimento Comunitário Jardim Botânico, o projeto começou produzindo máscaras para moradores de condomínios da região, recrutando e repassando os lucros a costureiras brasileiras, como Gislene, e também refugiadas venezuelanas. A compra do Fundo de População da ONU foi fundamental para o projeto deslanchar. “Até agora, são 12 famílias beneficiadas com trabalho e renda”, ele calcula.

Em um pequeno treinamento, Gislene teve a oportunidade — adotando todas as medidas de prevenção e usando as próprias máscaras, é claro —  de conhecer as colegas venezuelanas que fazem parte do projeto. “Eu tenho uma dificuldade grande de conseguir comunicar por causa do espanhol, mas a gente se entende. Começamos a falar sobre como costura e aí deu certo”, brinca.

Saúde e geração de renda

De acordo com a oficial de programa para Segurança de Insumos em Saúde Sexual e Reprodutiva do UNFPA, Nair Souza, o Fundo de População da ONU fez questão de adquirir as máscaras e toalhas por meio de um projeto que beneficia famílias em situação de vulnerabilidade. “Essa é uma excelente oportunidade de garantir que brasileiras e refugiadas tenham renda durante a pandemia, ao mesmo tempo em que conseguimos os produtos que vão ajudar pessoas em situação de rua a se protegerem”, afirma.

Os kits que serão entregues à população em situação de rua, por meio da parceria com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, também contarão com artigos de higiene pessoal como álcool em gel e sabonete. A expectativa é entregar tudo até a segunda quinzena de maio. 

 


 

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