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Daniel Paixão, fundador do projeto Fruto de Favela, de Pernambuco, e a ativista, pesquisadora e assistente de programa do UNFPA Brasil Midiã Noelle compartilharam experiências durante o evento em celebração ao Dia Internacional de Pessoas Afrodescendentes, comemorado pela primeira vez em 31 de agosto]

Por Fabiane Guimarães

 

Em celebração ao último 31 de agosto, comemorado pela primeira vez como o Dia Internacional de Pessoas Afrodescentes, o governo da Costa Rica realiza o “Fórum Internacional de Alto Nível: Reafirmando o Compromisso das Pessoas Afrodescendentes por Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”. O evento, que tem apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), contou com a participação de jovens lideranças negras brasileiras, que falaram, a convite do UNFPA, sobre enfrentamento ao racismo, violência contra a comunidade negra e ações afirmativas, entre outras coisas.

O fundador do projeto Fruto de Favela, Daniel Paixão, compartilhou um pouco de sua trajetória como um jovem ativista em sua comunidade, na cidade de Paulista, em Pernambuco, e ressaltou a importância dos investimentos na juventude e em seus potenciais. Daniel é integrante do Observatório da Juventude e participou da Roda das Juventudes Já!, promovidas pelo Fundo de População da ONU em parceria com outras organizações. “Fico muito grato de ter oportunidade de poder dialogar e compartilhar experiências com jovens de outras nações, para construir soluções e ações afirmativas com o objetivo de combater as problemáticas raciais e as desigualdades, que acabam dificultando nossas vivências em diversos territórios. Estou lisonjeado de poder estar nesse espaço e por aprender, sobretudo. Vou retornar ao Brasil com mais garra e energia”, afirmou.

 


Representantes de vários países que se apresentaram no Fórum ao lado do diretor regional do
Fundo de População da ONU, Harold Robinson (à esq)

Também integrou o fórum como convidada a ativista e assistente de programa do UNFPA Brasil Midiã Noelle, que é Mestre em cultura e pesquisadora dos temas de violência, comunicação e juventude. “Durante o evento, falei sobre como o racismo é estrutural e se encontra de forma institucionalizada nos setores público e privado, afetando diretamente a vida dos e das jovens”, acrescenta. E partilhou boas práticas de oportunidades para jovens negros e negras. “Nesse sentido, compartilhei a experiência do UNFPA Brasil com o Estágio Afirmativo, assim como outras ações que viabilizem o acesso e permanência de pessoas negras em espaços de tomada de decisão e poder”, conclui.

 

O evento

O “Fórum Internacional de Alto Nível: Reafirmando o Compromisso das Pessoas Afrodescendentes por Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento” tem o objetivo de avaliar os avanços e os desafios da implementação da agenda da Década Internacional de Pessoas Afrodescendentes, que começou em 2015 e segue até 2014, assim como outros compromissos pactuados internacionalmente em defesa dos direitos das pessoas afrodescendentes, como a Conferência de Durban e a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD). O evento segue sendo realizado até 4 de setembro.