Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, no Dia Internacional da Parteira
Todos os dias, em todas as partes do mundo, parteiras salvam a vida de mulheres e bebês e promovem a saúde e o bem-estar de comunidades inteiras.
Eles merecem nosso respeito e gratidão, mas isso não é o suficiente.
Parteiras, enfermeiras e enfermeiros obstétricos e obstetrizes merecem maior investimento em suas capacidades, e espaços de trabalho que os empoderem e tomem conhecimento total de suas habilidades e contribuições.
No Dia Internacional da Parteira, nós honramos a contribuição extraordinária das parteiras para a humanidade, e destacamos os dados e evidências para maiores investimentos na obstetrícia como um elemento essencial do cuidado à saúde.
A última edição do Relatório Mundial da Obstetrícia, lançado hoje pelo UNFPA, Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Confederação Internacional das Parteiras afirma que, se aumentarmos o número de parteiras e a qualidade do cuidado que eles e elas fornecem, nós salvaríamos uma estimativa de 4,3 milhões de vidas até 2035. Cobertura universal de intervenções de parto assistidas por parteiras, enfermeiros e enfermeiras obstétricas e obstetrizes até 2035 evitaria 67% das mortes maternas.
Essas conquistas dependem de que parteiras, profissionais de enfermagem obstétrica e obstetrizes tenham melhor educação e treinamento, junto com regulação de espaços de trabalho compreensiva e solidária. Eles e elas precisam ter um papel muito maior na liderança profissional e governança, e espaço para usar sua experiência única de forma a conduzir avanços em políticas de saúde e serviços de parto.
Parteiras, enfermeiros e enfermeiras obstétricas e obstetrizes com frequência trabalham sob extraordinárias circunstâncias. Eles e elas podem andar quilômetros para chegar até as mulheres ou abrir espaços em suas próprias casas para dar a elas condições seguras de parto. Eles e elas têm enfrentado uma crescente pressão durante a pandemia da Covid-19, que aumentaram as desigualdades em seus espaços de trabalho. Com frequência com poucos materiais de proteção e menos acesso a vacinas do que outros profissionais de saúde, parteiras têm colocado suas vidas em risco ao servir aos outros.
Tal dedicação é um recurso incalculável, ainda assim muitos sistemas de saúde o utilizam sem levar em conta a enfermagem obstétrica e obstetrícia como uma profissão. Isso vai atrapalhar as ambições de alcançar a meta de zero mortes maternas até 2030.
Nós temos a evidência e sabemos o que precisa ser feito. Sistemas de saúde em todos os lugares precisam tomar nota - e agir - porque investir em parteiras empoderadas é um dos jeitos mais seguros proteger a vida e proteger a saúde e o bem-estar de todos e todas.
Este texto é uma tradução. Confira o original em: https://www.unfpa.org/press/trust-evidence-invest-midwives
