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Brasília – Considerada um dos maiores eventos de diálogo entre governo e sociedade civil do mundo, a 3ª.  Conferência Nacional de Juventude começou nesta quarta (16) no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, com a participação de mais de 2.500 jovens, dos quais cerca de 2 mil delegados/as de todo o país, além de convidados, observadores e delegações internacionais. 

A Conferência, cujo tema é “As várias formas de mudar o Brasil”, foi aberta pela presidenta Dilma Rousseff e contou com a presença do ex-presidente do Uruguai, José Mujica, além de ministros e autoridades. O evento conta com o apoio do Grupo Assessor Interagencial sobre Juventude da ONU, coordenado pelo UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, juntamente com a Secretaria Nacional de Juventude, contando ainda com a participação do Conselho Nacional de Juventude.    

Participação, saúde, diversidade, educação e trabalho estão entre os temas em discussão nos grupos de trabalho, que vão eleger as propostas a serem levadas à Plenária Final; caso sejam aprovadas, essas propostas irão subsidiar a elaboração de novas políticas públicas de juventude.

A Plenária Final está  prevista para ocorrer neste sábado (19) e deverá receber até 99 propostas dos grupos que, uma vez referendadas, se tornarão as Resoluções da 3ª. Conferência.

A programação inclui debates com convidados, atividades autogestionadas e a Manifesta, mostra cultural e científica reunindo 250 jovens cujos trabalhos foram selecionados por meio de chamada pública e incluem de apresentações de hip hop a manifestações de cultura popular, teatro e artes plásticas.

O secretário Nacional da Juventude, Gabriel Medina, destacou os aspectos inovadores do evento, que incluiu pela primeira vez uma consulta a jovens de mais de 20 povos tradicionais – como indígenas, quilombolas, ciganos, ribeirinhos e outros – e é a primeira conferência da história a eleger 600 delegados pela Internet, num processo de participação digital que envolveu mais de 8 mil jovens que enviaram contribuições para os debates. A 3ª. Conferência é também a primeira a ter paridade de gênero, já que 50% dos delegados são mulheres, além de contar com cotas étnico-raciais em todas as etapas. “Fizemos mais de mil etapas municipais, com 600 mil jovens mobilizados na base”, explicou Medina, ao reiterar o aspecto democrático do encontro.

 

Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil

Dilma e Mujica

No ato político que abriu a Conferência, a presidenta Dilma Rousseff disse que "a juventude é o que o país tem de mais valioso, porque é o seu presente e seu futuro". Numa referência ao tema do encontro, ela afirmou que "nós vamos mudar o Brasil ampliando a representatividade da juventude nos espaços de decisão política". Ela lembrou ainda o Estatuto da Juventude, classificado como “verdadeira carta de direitos dos jovens deste país", que foi construído a partir dos debates realizados nas edições anteriores da Conferência Nacional da Juventude.

Bastante aclamado, o ex-presidente Uruguaio trouxe uma mensagem de otimismo, afirmando que “é necessário lutar por um mundo melhor. Na vida sempre é possível levantar e recomeçar". Ele também reconheceu a contribuição que as pessoas jovens podem dar ao desenvolvimento de seus países: "aprendam com os jovens porque o mundo depende deles. Aprendam com os jovens pois nesse mundo é necessário lutar para viver".