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Zélia, 22 anos

Na minha casa sempre teve essa disparidade, minha mãe fazia o que ela queria, peitava meu pai, brigava, e meu pai ao mesmo tempo teve três filhos homens. Ele vem de uma família muito tradicional, e sempre me dizia “você não pode fazer isso porque você é mulher” ou “você tem que seguir minhas regras porque eu sou o homem da casa”. 

 

Eu, que via na minha mãe um espelho, dizia a meu pai “você é o homem da casa, respeito você, mas tenho os mesmos direitos que você e os meus direitos que meus irmãos que são homens”. E corri atrás do que eu queria.

O empoderamento das mulheres é uma ferramenta essencial.

Nem todas as mulheres têm a auto-estima para ir atrás de seus sonhos. Meu sonho é empoderar pessoas. Meu sonho na verdade é ver as pessoas falando sobre suas dores, ver pessoas sendo empoderadas, ver pessoas que conseguem alcançar seus sonhos, que não se detêm pelos obstáculos. É isso que eu quero para minha vida, ajudar pessoas a alcançar seus sonhos.

A educação sexual aqui é bem reprimida. Existe um componente curricular das escolas mas a educação sexual não é debatida, não são trazidas realmente as dores que você tem, não dor sentida, os problemas que surgem para os jovens não são trazidos. Nem as doenças são abordadas de uma forma que você entenda, que você consiga tratar.

Dizem assim: a doença tal tem tal, tal e tal sintoma e você leva essa enxurrada de doenças e fica “ai meu deus posso pegar” mas logo depois já esquece e passa como qualquer outra matéria. Você não leva isso como prevenção, você leva como uma coisa chata que você tem que estudar.

Às meninas adolescentes eu gostaria de dizer que seu corpo é sua casa, você tem que cuidar dele como se você estivesse protegendo o seu bem mais valioso. Cuide muito bem dele e procure pessoas que te possam orientar da melhor forma. Cuide de seu corpo porque é com ele que você vai viver para sempre.