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Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, no Dia Mundial de Luta contra a AIDS

O acesso igualitário à saúde e aos direitos sexuais e reprodutivos é crucial para todas as 8 bilhões de pessoas em nosso mundo hoje. A necessidade de eliminar as barreiras discriminatórias ao acesso a direitos e escolhas é ainda mais importante na resposta ao HIV, que enfrenta pressão sem precedentes em meio a múltiplas crises globais.

No Dia Mundial de Luta contra a AIDS, devemos nos comprometer novamente com a igualdade para enfrentar o que continua sendo uma grande ameaça à saúde pública global. Embora o crescimento da população global seja resultado de avanços constantes na área da saúde, é inaceitável que o progresso seja ainda tão desigual.

Após mais de 40 anos da epidemia de AIDS, é possível observar avanços significativos na contenção da propagação do HIV e na mitigação de suas consequências. No entanto, em 2021, ocorreram 1,5 milhões de novas infecções por HIV, o triplo da meta global acordada de não mais de 500.000 novas infecções por ano.

A discriminação de gênero e a falta de autonomia corporal das mulheres, incluindo em relação às escolhas para se protegerem, ajudam a explicar por que mais de 60% dos novos casos de HIV tenham ocorrido entre mulheres e meninas na África subsaariana. Lá, as infecções por HIV são três vezes maiores entre meninas, adolescentes e mulheres jovens do que entre meninos e homens da mesma idade.

As pessoas com alto risco de contrair o HIV muitas vezes enfrentam múltiplas desigualdades, as quais aprofundam suas vulnerabilidades. Por isso, o UNFPA defende uma resposta integrada ao HIV. Esta resposta inclui o fornecimento de serviços e suprimentos essenciais, além de trabalhar dentro do contexto social mais amplo para acabar com todas as formas de discriminação e acelerar a garantia de direitos para todos.

O UNFPA abraça o lema “Equalize!”, que defende um mundo em que todas as pessoas possam se proteger e ficar livres do HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis, incluindo aquelas de maior risco. Toda pessoa deve ter liberdade, segurança – e direito – à autonomia corporal. Todas as pessoas devem poder exercer os seus direitos sexuais e reprodutivos independentemente da sua identidade de gênero, orientação sexual, sexualidade ou comportamentos sexuais. 

Embora o progresso possa estar estagnado na resposta ao HIV, temos as ferramentas para avançar, incluindo novas formas de prevenção e tratamento. Agora é a hora de usá-los, tornando-os acessíveis universalmente. Ao fazer isso, impediremos a propagação do HIV. E ganharemos sociedades enraizadas na igualdade, saúde e dignidade para todas as pessoas.

Natalia Kanem - Diretora Executiva do UNFPA