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Rafael Mike, 36 anos

Eu sou músico, compositor, dançarino e apresentador. Sou filho adotivo. Sempre fui muito pobre. Busquei pelo caminho da arte a minha expressão. Achei meus mapas, esses que me levariam a sobreviver a tudo que vem junto com o pacote da pobreza suportando todas as tentações desse universo periférico, muitas vezes injusto e desequilibrado. Hoje eu sou uma referência para outras gerações no país tendo como ferramenta a música e a dança.

 

Educação é o que mais me preocupa no Brasil. Sem ela as histórias de vida se repetem da pior forma. A largada de quem não tem acesso à educação é atrasada. Escola bem estruturada, com ensino de ponta, com boas referências artísticas e culturais é o que falta na favela, por exemplo.

Hoje eu sei que a culpa [da epidemia do vírus zika] não é só do mosquito e entendi que o machismo tem uma parcela de culpa nessa questão. A consciência de se preservar sexualmente e programas para dar suporte às mães e seus filhos com microcefalia é fundamental. Muitas pessoas do meu bairro e alguns familiares, infelizmente, contraíram o vírus pelo mosquito. A baixada fluminense no Rio de Janeiro sofre há anos com surtos de dengue.

Meu maior sonho é que o Brasil alcance um equilíbrio político e que as minorias se tornem uma potência. Sonho com investimento em educação e arte na favela e que o Passinho se afirme de uma vez por todas um movimento, como o Samba e o Frevo.