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“É preciso considerar fortemente a população quando se fala em mudanças climáticas”

“É preciso considerar fortemente a população quando se fala em mudanças climáticas”

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“É preciso considerar fortemente a população quando se fala em mudanças climáticas”

calendar_today 16 August 2017

Representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal fala sobre população e meio ambiente.
Representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal fala sobre população e meio ambiente.

De acordo com Representante do UNFPA, Jaime Nadal, as dinâmicas populacionais, o modelo de industrialização e os padrões de consumo são fatores chave para o debate sobre meio ambiente

 Não é possível desassociar as mudanças climáticas do crescimento demográfico, os padrões de consumo das populações e os processos de industrialização e de produção para atender a essas demandas. Foi o que afirmou o Representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Jaime Nadal, durante a conferência “Diálogo Mercosul-União Europeia sobre mundaças climáticas, segurança energética e alimentar” nesta quarta-feira, 16, em Brasília.

Segundo Nadal, o tema necessita de mais debate e pesquisa, já que são visíveis os impactos dos padrões de consumo das populações e do crescimento demográfico sobre a disponibilidade de recursos, os modelos de produção e as mudanças climáticas. “Quando se compara o aumento das emissões dos gases do efeito estufa e o crescimento demográfico, percebe-se um paralelismo. Eles crescem juntos aos longo dos anos”, explicou.

Mas, segundo o Representante, o aumento da população não pode ser visto como a única ameaça ao meio ambiente. “As evidências confirmam, cada vez mais, que a questão central para o meio ambiente não é o simples crescimento populacional. A dinâmica populacional impacta e é impactada pelo meio ambiente”, afirma. “Ao mesmo tempo, percebe-se que tem crescido a capacidade tecnológica para a manutenção do bem-estar da população, a capacidade do ser humano de inovar nos recursos necessários para a sobrevicência.”

Planejamento e cooperação

Assim como as mudanças climáticas ligam o alerta quanto a sustentabilidade dos modos de produção e consumo, essa preocupação apresenta potencial para o trabalho conjunto entre países. “Se nada for feito para mitigar o aumento da emissão dos gases do efeito estufa, o futuro será comprometido. Mas é possível, com planejamento, reduzir as calamidades e aumentar a resiliência”, ressaltou o Coordenador-Residente do Sistema Nações Unidas no Brasil, Niky Fabiancic.

“Os esforços da ONU ao longo dos últimos anos têm sido intensos e com resultado notáveis, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris. Agora, cabe aos Estados e à sociedade cumprir os acordos comuns. E isso depende fundamentalmente de encontrarmos formas de cooperar entre os países”, completou o Embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho.

A conferência “Diálogo Mercosul-União Europeia sobre mundaças climáticas, segurança energética e alimentar” foi realizada nos dias 15 e 16 na Casa da ONU, em Brasília. O evento foi organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Amends e Konrad Adenauer Stiftung e apoiado pela ONU Meio Ambiente e pela União Europeia.

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