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Os conflitos e os desastres naturais estão agravando os desafios e as dificuldades enfrentados por milhões de pessoas em todo o mundo, gerando níveis recordes de deslocamento e apoio humanitário. O UNFPA continua cumprindo a promessa inabalável de não deixar ninguém para trás, fornecendo uma linha de assistência para mulheres e meninas, que pagam um preço alto durante as crises humanitárias.
 
Quando a crise acontece, as clínicas e equipes móveis do UNFPA levam serviços de saúde reprodutiva e proteção a mulheres e meninas em alguns dos lugares mais difíceis de alcançar. Em 2022, os serviços de saúde reprodutiva do UNFPA alcançaram 22 milhões de pessoas em situações de emergência. Os programas de prevenção e resposta à violência baseada em gênero atenderam mais de 2,3 milhões de pessoas. Graças ao alcance humanitário do UNFPA, mais mulheres sobreviveram ao parto, menos infecções por HIV ocorreram e sobreviventes de violência encontraram espaços seguros e esperança.
 
No Dia Mundial da Ajuda Humanitária deste ano, prestamos homenagem à dedicação de colegas humanitários que protegem a saúde, a dignidade, a segurança e os direitos de mulheres, meninas e jovens em mais de 60 países em todo o mundo. Eles e elas nos inspiram com sua coragem e resiliência, sua persistência e seu compromisso de fazer mais a cada dia. Seu trabalho nos lembra que a força das pessoas se recusa a diminuir, mesmo em meio às circunstâncias mais desafiadoras.

A assistência humanitária que salva vidas nunca foi tão necessária, mas está cada vez mais ameaçada. As agressões contra trabalhadores humanitários, especialmente as mulheres, são desenfreadas. As instalações de saúde, inclusive as maternidades, estão sendo atacadas em ambientes de conflito. Assim como as necessidades das mulheres e meninas aumentam depressa, os serviços que são vitais para sua saúde e sobrevivência tornam-se mais difíceis de acessar ou encontrar. As guerras e emergências também estão provocando um aumento global da violência sexual e seu uso como tática de terror.  
 
O UNFPA pede um aumento urgente do investimento na proteção da saúde e da segurança de mulheres e meninas afetadas por crises humanitárias, além de apoio às organizações locais e lideradas por mulheres que estejam em melhor posição para atender às necessidades das comunidades afetadas. Em todas as emergências, nossa resposta humanitária deve priorizar a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos e a proteção contra a violência de gênero.

Esse apoio é essencial porque não apenas garante que atendamos às necessidades mais urgentes das mulheres, mas também as ajuda a ir além das crises e encontrar esperança e oportunidade, muitas vezes contra todas as probabilidades. Vimos isso quando Khawla, uma jovem mulher, conseguiu dar à luz quadrigêmeos com segurança por meio de cesariana em uma clínica apoiada pelo UNFPA, poucos dias após o terremoto devastador no noroeste da Síria. E vimos isso no Afeganistão, quando Mursal, uma educadora de pares apoiada pelo UNFPA que não podia ir à escola, nos disse que "desistir não é uma opção".
 
Esses são apenas alguns exemplos dos milhões de pessoas apoiadas pelo UNFPA a partir do trabalho com parceiros para colaborar em comunidades atingidas por crises. No entanto, muito mais precisa ser feito. Embora as necessidades humanitárias possam ser grandes, elas são acompanhadas por nossa determinação em apoiar e trabalhar com as mulheres e meninas que contam conosco. Aconteça o que acontecer, continuaremos ao lado delas quando mais precisarem de nós.

*Esta declaração foi traduzida. Clique aqui para ler a versão em inglês.

Por Dra. Natalia Kanem, Diretora Executiva do UNFPA