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Por Pedro Sibahi

Os trabalhadores e trabalhadoras de organizações que atuam na resposta brasileira a migração na região norte do país,  presentes na Operação Acolhida em Manaus (AM) estão vivenciando uma formação com profissionais da rede local de saúde, segurança, assistência jurídica e apoio psicossocial para enfrentamento à violência de gênero, por meio de uma iniciativa do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com apoio da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC) do Amazonas.

A formação chamada “Encontros com a Rede de Prevenção e Enfrentamento à VbG: Fortalecendo a rede de Proteção em tempos de pandemia de Covid-19” conta com a participação de 30 pessoas e teve início no dia 6 de novembro, debatendo a gestão de casos de violência de gênero. 

Na última sexta-feira (13), a temática foi manejo clínico da violência sexual, debatida com apoio do Serviço de Atendimento a Vítimas de Violência Sexual (SAVVIS), do Instituto da Mulher Dona Lindu. Outro encontro ocorre no próximo dia 27 de novembro, abordando segurança pública e assistência jurídica com a Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher e Defensoria Pública do Estado. No dia 4 de dezembro acontece a última atividade, sobre  apoio psicossocial a ser realizada com apoio da Secretaria Executiva de Política para Mulheres (SEPM) e Centro de Referência dos Direitos da Mulher (CRDM).

Essa atividade é parte do esforço constante que o UNFPA realiza em Manaus desde setembro de 2019, visando fortalecer órgãos governamentais e da sociedade civil nas suas capacidades para o atendimento e acolhimento da população refugiada e migrante. Esse esforço se soma às ações de prevenção e enfrentamento à violência baseada em gênero, assim como de promoção da saúde sexual e reprodutiva.

Participam da formação integrantes das agências, fundos e programas do Sistema ONU:  ACNUR, OIM, UNICEF; organizações da sociedade civil: Aldeias Infantis SOS, ADRA, Instituto Mana, Federação - Fraternidade Humanitária Internacional, Cáritas Manaus, Casa Miga - Abrigamento LGBT+ e a ONG Abrigo Oásis e entidades públicas como a Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS), além da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (SEMASC).

Nos encontros, os trabalhadores e as trabalhadoras da assistência humanitária estão recebendo orientações e dialogando com delegadas, defensoras públicas, psicólogas, assistentes sociais e profissionais de saúde responsáveis pelo acolhimento e atendimento a mulheres e meninas adolescentes sobreviventes de violência de gênero, incluindo a violência sexual.

A assistente de proteção do UNFPA em Manaus, Raquel Casellato, destaca que “essa formação conta com os principais atores de prevenção e resposta à violência baseada em gênero, focando no acesso à saúde, apoio jurídico e legal e apoio psicossocial para sobreviventes de violência, que serão apresentados diretamente pelos serviços de referência de Manaus aos atores que atuam na resposta da Operação Acolhida”.

Ela relembra ainda que “o UNFPA tem atuado desde o início da resposta humanitária no norte do Brasil buscando fortalecer a rede de proteção, através de importantes formações como esta, que garantem não somente a construção coletiva e a propagação de conhecimentos, como também um melhor serviço de atendimentos tanto para os refugiados e migrantes venezuelanos como para a população local”.