Esta é uma reportagem publicada originalmente pelo jornal O Globo.
Renata Izaal - 30/06/2020 - 09:20 / Atualizado em 30/06/2020 - 11:30
Além de provocar uma emergência sanitária e econômica gigantesca, a pandemia do novo coronavírus coloca o mundo diante da situação de extrema vulnerabilidade em que vivem milhões de meninas e mulheres. Os números já nos mostram que a violência doméstica e o abuso infantil cresceram durante a quarentena em muitos países, mas há outras violações de direitos que ainda não foram contabilizadas e que certamente serão agravadas pela Covid-19 - e é sobre elas que o relatório "Situação da População Mundial", que o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês), divulga hoje, se debruça.
Atualmente, 200 milhões de meninas e mulheres são afetadas pela mutilação genital em todo o mundo, uma prática que gera graves problemas de saúde para elas, além de impossibilitar que experimentem o prazer sexual. Casamentos de menores de 18 anos ocorrem 33 mil vezes por dia em todo o mundo, e, hoje, existem 650 milhões de meninas e mulheres que se casaram precocemente, um ato que pode levar à gravidez precoce e a altos índices de mortalidade materna. Mas não é só: a ONU estima que faltam 140 milhões de mulheres no mundo, um déficit gerado pela preferência pelo filho homem, ideia que tem impacto na vida de mulheres em diversos países. Mutilação genital, casamento infantil e predominância de filhos homens são três entre as chamadas "práticas nocivas" para as quais o documento do UNFPA chama atenção.
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*Para preservar os direitos autorais de seus autores, foram publicados apenas os primeiros parágrafos da reportagem. Confira o conteúdo completo em: https://oglobo.globo.com/celina/relatorio-da-onu-alerta-para-persistent…