A Secretaria de Estado da Mulher do Rio de Janeiro (SEM-RJ) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) assinaram, na última segunda-feira (24), um Memorando de Entendimento para fortalecer iniciativas voltadas à promoção das novas masculinidades e à prevenção da violência contra mulheres. A parceria busca transformar normas sociais e de gênero, incentivando o engajamento masculino na construção de uma sociedade mais equitativa e livre de violência.
No centro dessa colaboração está o Serviço de Educação e Responsabilização do Homem (SerH), um programa pioneiro no Brasil que atua na desconstrução de estereótipos de gênero e na responsabilização de homens autores de violência, promovendo a reflexão sobre comportamentos e incentivando práticas mais respeitosas e igualitárias. A iniciativa inclui atividades educativas com jovens, campanhas de sensibilização e a realização de grupos reflexivos no sistema prisional, abordando a reincidência de crimes contra mulheres.
O UNFPA Brasil, em seu atual Programa de País (CPD 2024-2028), tem como prioridade o fortalecimento das capacidades de governos e instituições para transformar normas sociais e de gênero discriminatórias. Nesse contexto, a promoção de masculinidades positivas é um pilar essencial para a mitigação da violência contra mulheres e para o avanço da igualdade de gênero.
A assinatura deste Memorando de Entendimento representa um compromisso conjunto para avançar com ações integradas, baseadas em evidências e orientadas pela promoção da equidade de gênero e dos direitos das mulheres e meninas. "O enfrentamento à violência de gênero exige uma abordagem inovadora e eficaz. Essa parceria representa um compromisso concreto para envolver os homens na mudança social, desafiando padrões nocivos e criando caminhos para uma convivência mais respeitosa. O UNFPA contribuirá com evidências e monitoramento para fortalecer ainda mais essa estratégia”, destacou Florbela Fernandes, Representante do UNFPA no Brasil e Diretora de País para o Uruguai e o Paraguai.
Novas masculinidades como ferramenta de transformação social
A parceria entre a SEM-RJ e o UNFPA tem como um de seus pilares a promoção de novas masculinidades, incentivando os homens a assumirem um papel ativo na prevenção da violência de gênero. O programa SerH trabalha a desconstrução da ideia de que a violência é uma resposta aceitável, promovendo a responsabilização e incentivando comportamentos baseados no respeito e na equidade, com ações dentro do sistema prisional.
“O pioneirismo desse programa tem chamado a atenção de todos os órgãos e instituições que atuam no enfrentamento às violências contra meninas e mulheres. Por meio deste acordo, trabalharemos em conjunto para que o UNFPA contribua com o monitoramento e a avaliação dos impactos do programa SerH, fornecendo dados e evidências para embasar políticas públicas mais eficazes. Estamos fazendo diferente porque queremos resultados diferentes”, disse a secretária de Estado da Mulher do Rio de Janeiro, Heloisa Aguiar.

Principais ações da parceria
Com a formalização do Memorando de Entendimento, as instituições irão trabalhar em conjunto para:
- Expandir os grupos reflexivos para homens autores de violência que estão no sistema prisional, promovendo a responsabilização e a redução da reincidência;
- Desenvolver campanhas educativas voltadas à conscientização sobre novas masculinidades e o impacto da violência de gênero, com o engajamento de times de futebol do Rio de Janeiro;
- Fomentar atividades pedagógicas com jovens e comunidades para transformar normas sociais discriminatórias;
- Monitorar e avaliar os impactos das iniciativas, fornecendo dados e evidências para embasar políticas públicas eficazes.
A parceria reforça a importância de um olhar interseccional e antirracista na promoção da equidade de gênero e na proteção de meninas e mulheres. Além disso, a iniciativa tem potencial para se tornar uma referência para outras regiões do Brasil e da América Latina, consolidando o Rio de Janeiro como um estado comprometido com a transformação social e a erradicação da violência baseada em gênero.