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Padrões Mínimos Globais para prevenção e atendimento a vítimas de violência baseada em gênero em situações de emergências foram tema de sessão realizada em fórum nesta segunda-feira, 18, no Rio de Janeiro.

Em situações de emergência, como conflitos armados e catástrofes naturais, diferentes formas de violência precisam ser prevenidas e, se acontecem, exigem identificação e respostas rápidas. Neste cenário, a adoção de Padrões Mínimos Globais buscam garantir a eficácia na identificação e o atendimento de qualidade às vítimas. O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) é uma das referências nesse tema e compartilhou a experiência nesta segunda-feira, 18, na quinta edição do Fórum Internacional da Sexual Violence Research Initiative (SVRI), no Rio de Janeiro.

O debate “Padrões Mínimos Globais para prevenção e resposta à violência de gênero em situações de emergência” foi conduzido pela especialista em Violência de Gênero em Emergências do UNFPPA, Emily Krasnor. Também participaram a coordenadora de Violência em Gênero do UNFPA, Jennifer Chase, e a especialista em Violência em Gênero do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Mendy Marsh.

Durante a sessão, foram apresentadas diferentes ferramentas utilizadas pelas agências da ONU e parceiros para garantir a qualidade e eficácia do atendimento à mulheres em contextos de crise humanitária. Além disso, as especialistas abordaram a proposta de criação de uma ferramenta única a ser utilizada por todos os atores, os Padrões Mínimos Globais.

Tendo em vista a necessidade de diretrizes eficazes que agilizam o processo de resposta mantendo a ética para prevenção e resposta à violência de gênero em emergências, a proposta dos Padrões Mínimos Globais oferece uma lista de padrões a serem observados em intervenções em qualquer lugar do mundo. A finalidade é prevenir e responder rapidamente à violência baseada em gênero e entregar serviços multi setoriais a sobreviventes em qualquer contextos humanitários.

“Padrões Mínimos Globais não é um guia de como fazer e sim uma lista do que precisa ser feito em situações de emergência”, afirmou a especialista do UNFPA Emily Krasnor.
Vários potenciais benefícios foram listados em estabelecer normas mínimas interagenciais. Entre eles, aumentar a responsabilidade entre os especialistas na área, garantir a consistência do programa, estabelecer um limiar mínimo e fornecer clareza sobre o que constitui uma prevenção e resposta efetivas em contextos humanitários voláteis e em rápida mudança.

Compartilhamento de experiências

Além da mesa realizada nesta segunda, o UNFPA conduzirá uma segunda sessão nesta terça (19), das 18h às 20h. Com o tema “Abordando a violência por parceiro íntimo (VPI) durante a gravidez – abordagem baseada em evidência”, serão debatidos casos em que a violência sofrida por mulheres antes da gravidez continua durante a gestão, assim como situações em que a gestação em si acaba estimulando a violência. O UNFPA irá apresentar modelos efetivos de identificação da VPI durante a gestação em cenários de poucos recursos.

O UNFPA Brasil também será um dos expositores da feira. Em dois estandes, irá compartilhar experiências de prevenção e resposta à violência de gênero a partir da análise humana e de desenvolvimento – serviços de qualidade às sobreviventes, desenvolvimento de capacidades com stakeholders e advocacia para mudança. O espaço terá a presença da técnica em Situações de Violência de Gênero do UNFPA Upala Devi.

Sobre o Fórum

O Fórum Internacional da Sexual Violence Research Initiative pretende levantar discussões voltadas para experiências e pesquisas de prevenção e resposta à violência sexual e baseada no gênero em países de baixa e média renda, em diversos contextos sociais. Um dos principais objetivos do evento é discutir de que forma o combate à violência contra mulheres e meninas pode contribuir para a igualdade de direitos entre homens e mulheres, quinto objetivo de desenvolvimento sustentável da agenda 2030 das Nações Unidas, acordado por 193 países. Nesta edição, a entidade conta com a parceria da Promundo, Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ, e da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). O evento acontece no Sheraton Grand Rio Hotel & Resort.