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A Assembleia Geral das Nações Unidas começou a construir uma ponte para a justiça esta semana com sua decisão unânime de estabelecer um Fórum Permanente de Afrodescendentes. Nenhum país do mundo erradicou ainda os profundos sistemas da desigualdade racial que pesam sobre as comunidades de ascendência africana - resultado de séculos de discriminação, expropriação e escravidão. 

O estabelecimento do Fórum Permanente é um passo positivo para os esforços das Nações Unidas em combater o racismo e a discriminação racial nesta Década Internacional de Afrodescendentes. Elogio os Estados Membros pela adoção desta resolução e os estimulo a tomarem medidas concretas em seu trabalho com o Fórum, para que tornem real o apelo da Década Internacional pelo reconhecimento, justiça e desenvolvimento para todas as pessoas afrodescendentes.

No UNFPA, vemos o impacto contínuo do racismo e da discriminação em nosso trabalho com as populações desfavorecidas em todo o mundo. Isso é real principalmente entre mulheres e meninas negras, que carregam o peso não apenas da desigualdade racial, mas também da desigualdade de gênero. Como resultado, elas geralmente enfrentam taxas elevadas de morte materna, violência de gênero e problemas de saúde. Vemos os direitos fundamentais à saúde sexual e reprodutiva e ao bem-estar de mulheres e meninas sendo negados; vemos sua exclusão de todos os níveis de tomada de decisão; e vemos o preço a ser cobrado geração após geração. 

As necessidades de mulheres e meninas em situação de vulnerabilidade ​​devem ocupar o primeiro lugar na agenda do Fórum e, no UNFPA, nos comprometemos a trabalhar em estreita colaboração com membros do Fórum para destacar e atender a essas necessidades. Temos muito a oferecer nesse esforço. Nossa organização tem uma longa história de defesa do direito de toda mulher de dar à luz com segurança, escolher sua família e viver livre de violência. Isso, por sua vez, sustenta uma série de direitos humanos e escolhas individuais, incluindo a capacidade de buscar uma educação, trabalhar ou ser politicamente ativa. O UNFPA trabalha de forma proativa para alcançar pessoas negras. Na América Latina e no Caribe, por exemplo, estamos trabalhando para acabar com a invisibilidade estatística das comunidades negras, para compreender quão mal atendidas são e atender da melhor forma suas necessidades. Estamos ouvindo suas demandas de mudança e amplificando essas vozes além das fronteiras. 

Hoje, ecoamos seu apelo para desvincular a raça do destino. A criação deste Fórum representa um passo na direção certa. Agora, devemos trabalhar para cruzar essa ponte para um futuro mais justo, um lugar onde possamos finalmente realizar nossa visão coletiva de direitos iguais e dignidade igual para todos e todas. 

Este texto é uma tradução. Confira o original em: https://www.unfpa.org/press/unfpa-welcomes-new-permanent-forum-people-af...