Para construção do plano foram consultados mais de 6 mil jovens de todos os estados do Brasil e o Distrito Federal
Por Thainá Kedzierski
Brasília, DISTRITO FEDERAL – O Ministério da Igualdade Racial (MIR), em parceria com o Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Secretaria Nacional de Juventude, da Secretaria Geral da Presidência, promoveram o Seminário de Apresentação do Plano Juventude Negra Viva (PNJV).
O PNVJ tem por finalidade a redução da violência letal e das vulnerabilidades sociais contra a juventude negra e o enfrentamento ao racismo estrutural. Segundo dados de 2022 do Atlas da Violência, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 78 são pessoas negras.
"As 47 milhões de pessoas jovens no Brasil representam uma geração comprometida com uma sociedade brasileira mais justa, equitativa e sustentável. Ainda segundo os dados do FBSP, das 35 mil mortes violentas de jovens entre 2016 e 2020, 80% eram negros com idade de 15 a 19 anos. Essa realidade não pode continuar", reforçou a representante do UNFPA no Brasil, Florbela Fernandes.
Sobre a construção do Plano Nacional Juventude Negra Viva
O Plano foi construído com base nas contribuições de uma Caravana Participativa, que percorreu os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. As oficinas da Caravana para a elaboração do PJNV iniciaram no mês de maio, no estado do Ceará, e finalizaram no mês de setembro, no estado do Espírito Santo.
Aproximadamente 6 mil jovens de todo o Brasil participaram da escuta ativa realizada nas etapas das Caravanas Participativas.
“Quando a gente pensou o Juventude Negra Viva, a gente queria pensar em vários eixos. Mas o eixo principal era: como combater o genocídio da juventude negra e também levar outras coisas como educação, saúde, direito à vida digna?”, destacou Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial.
O plano será lançado em dezembro pelo Governo Federal e sua implementação começará em 2024, com vigência até 2032.