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O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), no contexto da resposta humanitária em Roraima, tem desenvolvido diversas ações em Boa Vista, capital do estado, e em Pacaraima, fronteira do Brasil com a Venezuela, para garantir direitos em saúde sexual e reprodutiva e na prevenção e resposta da violência baseada em gênero. Entre o time de profissionais do UNFPA no local, estão os assistentes de campo, jovens com a missão de garantir que as pessoas migrantes e refugiadas assistidas nos espaços amigáveis do Fundo de População possam ter uma resposta qualificada e sensível às suas demandas e necessidades de proteção.

Os assistentes de campo atuam ativamente contribuindo para o trabalho de assistência humanitária, tanto na mobilização comunitária quanto nos processos de escuta especializada e referenciamento para a rede de proteção. A opção por pessoas jovens e, em alguns casos, de nacionalidade venezuelana, não é por acaso: o Fundo de População procura proporcionar conforto, identificação e empoderamento, fortalecendo o diálogo com as pessoas recém-chegadas e a promoção da resiliência comunitária. 

“Parte integrante da resposta humanitária do UNFPA, os assistentes de campo fortalecem a construção de uma rede de apoio para as pessoas migrantes e refugiadas desde a fronteira do Brasil com a Venezuela, especialmente aquelas com necessidades específicas de proteção e em situação de maior vulnerabilidade, fortalecendo a criação de vínculos e o empoderamento dessas pessoas para que elas possam seguir em frente”, explica o chefe do escritório do Fundo de População em Roraima, Igo Martini. 

Promover o empoderamento de indivíduos e garantir que suas escolhas sejam preservadas, mesmo em contextos de emergências humanitárias, é um dos objetivos seguidos pelo Fundo de População da ONU, em consonância com o desenvolvimento sustentável e o Programa de Ação do Cairo, firmado em 1994 por 179 países, por ocasião da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), a mais importante conferência para o UNFPA. A CIPD e seu programa de ação representaram uma mudança de paradigma na forma como os assuntos populacionais passaram a ser abordados, por encarar os direitos reprodutivos como, verdadeiramente, direitos humanos.

 

Depoimentos


Ander Guerra (Foto: Yareidy Perdomo/UNFPA Brasil)

“No momento em que a pessoa tem informação, conhece quais são seu direitos e como funciona a rede, ela se torna alguém que não vai mais depender de outras pessoas, se torna uma pessoa que vai dizer: ‘eu tenho esses direitos, eu tenho a possibilidade de fazer isso, então eu vou fazer’, o que reduz, por um lado, a vulnerabilidade, diminuindo seu nível de necessidades.” 

Ander Guerra, assistente comunitário do UNFPA em Roraima, 21 anos


Elizabeth Betancourt (Foto: Yareidy Perdomo/UNFPA Brasil)

“O meu primeiro encontro com as pessoas recém-chegadas nos Postos de Triagem tem o objetivo de informar sobre o que é o Fundo de População da ONU e como trabalhamos para garantir direitos de pessoas migrantes e refugiadas, tendo em vista que a informação é fundamental para salvar vidas. Informamos sobre os direitos sexuais e reprodutivos, sobre violência baseada em gênero e direitos humanos, falando da realidade no Brasil e como eles podem se inserir na comunidade brasileira.”

Elizabeth Betancourt, assistente comunitária do UNFPA em Roraima, 22 anos


Elayne Sartori (Foto: Yareidy Perdomo/UNFPA Brasil)

“Nos locais de atuação do UNFPA acolhemos de forma humanizada as pessoas que fazem parte do nosso mandato. Em alguns casos que são mais sensíveis, fazemos uma escuta especializada no espaço seguro com o intuito de assegurar o acesso aos serviços oferecidos pela rede de atendimento no território, o sigilo e assegurando a proteção dessa pessoa que sofreu algum tipo de violência.”

Elayne Sartori, assistente de campo do UNFPA em Roraima, 31 anos


Lucas Rocha (Foto: Yareidy Perdomo/UNFPA Brasil)

“Quando nós falamos sobre escuta sensível, falamos sobre entender detalhadamente o problema que aquela pessoa nos traz e assim buscar soluções e encaminhamentos acertados, conscientizando a pessoa sobre seus direitos no Brasil e, eventualmente, ajudando com que ele não tenha nenhum de seus direitos violados no futuro.”

Lucas Rocha, assistente de campo do UNFPA em Roraima, 30 anos


Luciana Collete (Foto: Yareidy Perdomo/UNFPA Brasil)

“Minha principal função aqui na resposta humanitária é tentar entender as necessidades específicas de cada grupo e tentar contribuir para satisfazer as necessidades e diminuir as vulnerabilidades que essas pessoas têm. Meu trabalho é entender por que essa pessoas vêm aqui, pelo que estão passando baseado no análise individual de cada caso, provendo orientação e assistência com enfoque nos direitos dessas pessoas.”

Luciana Collete, assistente de campo do UNFPA em Roraima, 25 anos


Sofia Chávez (Foto: Yareidy Perdomo/
UNFPA Brasil)

“Mulheres, pessoas LGBTI, grávidas e lactantes, principalmente, são pessoas que estão mais suscetíveis a sofrer violência, principalmente durante fluxos migratórios. São pessoas mais vulneráveis, por isso é importante que tenham conhecimento de que aqui no Brasil elas têm direitos e estão protegidas.”

Sofia Chavéz,  assistente de campo do UNFPA em Roraima, 27 anos


Victor Lianski (Foto: Yareidy Perdomo/UNFPA Brasil)

“Nosso trabalho está focado na coletividade, em difundir informações a grupos numerosos de pessoas, com a ideia de que, por meio do empoderamento, essas pessoas possam recuperar sua capacidade de resiliência e identificar suas próprias prioridades, problemas e soluções; com as ferramentas e informações que nós fornecemos em sessões informativas, contribuímos com a melhoria da sua qualidade de vida.”

Victor Ramos Lianski,  assistente comunitário do UNFPA em Roraima, 23 anos


Paula de Sá (Foto: Yareidy Perdomo/UNFPA Brasil)

“A minha função na resposta humanitária é garantir o acesso à informação em saúde sexual e reprodutiva, assim como dar resposta a casos de violência baseada em gênero, dar apoio com informações para pessoas LGBTI, pessoas vivendo com deficiência, pessoa vivendo com HIV ou AIDS e poder auxiliá-las com conhecimentos sobre os seus direitos no Brasil.”

Paula de Sá Teixeira, assistente de campo do UNFPA em Roraima, 28 anos

O Fundo de População conta com uma equipe diversa que já soma um total de 20 pessoas, que fazem parte da resposta humanitária em Roraima desde 2017. Especialistas das áreas de saúde sexual e reprodutiva, violência baseada em gênero, direitos humanos, mobilização de campo e comunicação; além dos assistentes de campo e assistentes comunitários são os principais perfis que trabalham com proteção nos temas que fazem parte do mandato do UNFPA.