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O evento reúne especialistas sobre população e busca uma proposta de plano de trabalho conjunto para os países do grupo

brics1As populações dos países que compõem os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) ganham destaque no 2º Seminário de Funcionários e Peritos em Questões Populacionais do Brics e na 1ª Reunião de Ministros Responsáveis por Assuntos Populacionais do Brics , promovido pelo governo brasileiro com apoio do Fundo de População das Nações Unidas, o UNFPA. A reunião acontece entre os dias 10 e 13 de fevereiro em Brasília, DF, Brasil.

O grupo BRICS é formado pelos principais países de economia emergente do mundo. Juntos, são territórios o de vivem 2,9 bilhões de pessoas. Os semelhantes contextos econômicos e populacionais são identificados como uma oportunidade para o compartihamento de experiências e cooperação.

Durante os quatro dias de seminários, as delegações terão a oportunidade de debater temas de relevância para o BRICS e para suas realidades nacionais, como mortalidade materna, aids e doenças sexualmente transmissíveis; migração rural-urbana e urbanização; envelhecimento e transferências intergeracionais; desigualdades de gênero no mercado de trabalho e o papel das mulheres no cuidado de crianças pequenas e idosos dependentes.

Durante a mesa de abertura, o ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/ PR), Marcelo Neri, destacou que “a grande força dos BRICS é a complementariedade. Nosso desafio é tornar essas complementariedades em virtudes. Nosso desafio é também falar sobre a maior riqueza desses países, que é a população”. Neri apontou alguns desafios da agenda brasileira que merecem atenção nesse diálogo, como ajustes fiscais, produtividade, poupança e investimentos de qualidade no capital humano.

 

O embaixador do Brasil na Rússia, Carlos Paranhos, destacou a importância do Programa de Ação da Conferência Internacional de População e Desenvolvimento (CIPD) para as agendas dos BRICS e afirmou que, após 20 anos, ainda é preciso reduzir a mortalidade infantil e materna, diminuir o desemprego da população jovem, respeitar a diversidade e promover a igualdade de gênero.

O recém nomeado Diretor da Divisão Técnica do UNFPA, Benoit Kalasa, ressaltou que o Fundo está pronto para reforçar a cooperação entre as instituições nacionais dos países dos BRICS. “Esses países tem ambientes similares, enfrentam desafios comuns e buscam atingir objetivos comuns, e, mais importante ainda, estão bem posicionados para colaborar com outros países por meio de capacitação, desenvolvimento institucional e advocacy”, afirmou. Para Kalasa, “os benefícios e as potencialidades da experiência do BRICS são evidentes em muitas áreas, especialmente nos temas de população”.

Ainda no início do evento, durante a primeira sessão, ministros responsáveis por assuntos populacionais dos países do grupo levantaram questões de maior relevância. Rússia destacou esforços no aumento da fecundidade, China e Índia falaram sobre a preocupação com as taxas de natalidade e África do Sul, a necessidade de maiores esforços no controle da mortalidade materna, do HIV e de doenças sexualmente transmissíveis.

Reunião ministerial

Na quinta-feira (12), ministros brasileiros ligados a assuntos populacionais, como o do Desenvolvimento Social e o das Cidades e ao menos um ministro de cada um dos países participantes se reúnem na 1ª Reunião de Ministros Responsáveis por Assuntos Populacionais do Brics.

A expectativa é que a partir dessa reunião seja apresentado um plano de
trabalho conjunto, firmado entre os representantes do BRICS, voltado para
os assuntos de população e desenvolvimento.

A reunião de ministros dos cinco países e o seminário de peritos em questões populacionais são resultado do plano de ação aprovado na 6ª Cúpula do BRICS, em julho de 2014, em Fortaleza, e do primeiro seminário de peritos da área realizado em março do ano passado na África do Sul.

* Por Gabriela Borelli/ UNFPA Brasil