Go Back Go Back
Go Back Go Back
Go Back Go Back

Salvar vidas nunca foi tão angustiante

Salvar vidas nunca foi tão angustiante

News

Salvar vidas nunca foi tão angustiante

calendar_today 19 August 2020

Dra. Natalia Kanem é diretora-executiva do Fundo de População da ONU (Divulgação/UNFPA)

Declaração da Diretora Executiva do UNFPA Dra. Natalia Kanem no Dia Mundial da Assistência Humanitária

No último ano, observamos o número de ataques contra pessoas trabalhadoras da assistência humanitária ultrapassar todos os recordes anteriores, com centenas de pessoas trabalhadoras  agredidas, feridas, sequestradas ou mortas.

Este ano, as ameaças às pessoas profissionais de saúde estão aumentando em meio à pandemia de Covid-19. Estas pessoas não apenas encaram a exposição ao coronavírus, mas também estão enfrentando uma onda crescente de violência, com ataques motivados pelo medo e pela desinformação.

Apesar do surto de violência e doenças, esses heróis e heroínas da assistência humanitária na vida real não desanimam. Pessoas de todo o mundo estão enfrentando o desafio do trabalho humanitário em suas comunidades.

No Dia Mundial da Assistência Humanitária, o UNFPA homenageia todas as pessoas que foram feridas ou mortas no desempenho de suas funções e celebra todas aquelas que continuam a fornecer apoio para salvar vidas e garantir a proteção das pessoas mais necessitadas.

Honramos médicas, médicos, enfermeiras, enfermeiros, parteiras e parteiros que arriscam suas próprias vidas para ajudar mulheres durante o parto. Honramos conselheiros e conselheiras e assistentes sociais que prestam apoio a sobreviventes de violência de gênero, que piorou com a Covid-19. Honramos as mulheres e as lideranças jovens que defendem os direitos humanos e a dignidade como resposta humanitária na linha de frente. E nós reconhecemos a dívida extraordinária com todos os profissionais de saúde que continuam servindo em meio a uma pandemia que ceifou quase 750 mil vidas.

No UNFPA, também reconhecemos os riscos elevados enfrentados pelas mulheres dos serviços humanitários e as profissionais de saúde. As mulheres representam cerca de 70% da força de trabalho dos serviços sociais e de saúde, onde são mais propensas a enfrentar condições de trabalho inseguras e acesso desigual a equipamento de segurança e apoio. Sabemos que defender a saúde, os direitos sexuais e reprodutivos e a igualdade de gênero também apresenta sérios riscos; e que as ameaças, agressões e assassinatos estão aumentando para mulheres ativistas de direitos humanos.

Somos inspirados pela equipe, pessoas e instituições parceiras  do UNFPA que estão superando obstáculos sem precedentes para fornecer assistência às pessoas afetadas por crises humanitárias em mais de 60 países, incluindo aqueles que se encontram em extrema necessidade como resultado da Covid-19. Enquanto trabalhamos com governos e instituições parceiras para chegar a zero necessidades não atendidas de contracepção, zero morte materna evitável e zero violência de gênero e práticas nocivas como casamento infantil e mutilação genital feminina, também pedimos zero ataques às pessoas trabalhadoras da assistência humanitária, civis e às infraestruturas civis incluindo escolas, hospitais e clínicas de saúde.

Vivemos em um mundo onde heróis e heroínas não usam capas, mas muitos usam máscaras e escudos (faciais). São pessoas que protegem a vida de quem dá a vida. Atendem a chamados distantes por ajuda e apoiam mulheres e meninas necessitadas. São super-humanos em sua perseverança e compaixão, e em sua esperança de que, juntos e juntas, possamos alcançar um mundo melhor para todos.

Este texto é uma tradução. A versão original pode ser encontrada aqui.