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A Secretaria de Saúde de Estado da Bahia realizou, nesta segunda-feira (8), um webinário especial em alusão ao Dia Internacional da Mulher, que contou com a participação da Representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Astrid Bant, e com a Oficial para Equidade de Gênero, Raça e Etnia do UNFPA, Luana Silva. O webinário discutiu os impactos da pandemia entre as mulheres, com foco na saúde e no trabalho, reforçando a necessidade de defender os direitos das profissionais e reconhecendo seu papel dentro e fora de casa durante a crise de saúde, causada pela pandemia de Covid-19..

Em sua palestra, a Oficial Luana Silva apresentou dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que demonstram uma redução da presença das mulheres em atividades remuneradas no terceiro trimestre de 2020: foi de 53,3%, no mesmo período de 2019, para 45,8%. O menor percentual dos últimos 30 anos, quando em 1990 a presença de mulheres era de 44,2%.  "É importante perceber as vulnerabilidades das famílias chefiadas por mulheres, majoritariamente negras, onde os impactos econômicos são sentidos no acesso a direitos, especialmente a soberania alimentar. Só conseguiremos pensar em retomada econômica a partir da garantia de direitos para todos e todas, especialmente das mulheres”, afirmou. “Uma política abrangente precisa contemplar todas as especificidades que elas estão vivenciando.”

Durante a mesa de abertura, a Representante do UNFPA, Astrid Bant, lembrou ainda que emergências como a pandemia da Covid-19 evidenciam desigualdades e podem fazer, como geralmente fazem, com que mulheres e meninas estejam sob maior risco de violência. “Os surtos de doenças afetam mulheres e homens de maneira diferente, e as pandemias podem tornar piores as desigualdades existentes para mulheres e meninas. Isso precisa ser considerado, diante dos diferentes impactos em torno da identificação da doença e acesso ao tratamento para mulheres e homens”, destacou.

A secretária de Políticas para as Mulheres da Bahia, Julieta Palmeira, reforçou ainda a importância de reconhecer o trabalho das mulheres no enfrentamento à pandemia e de ter amplo acesso à vacina contra a Covid-19. “Esse mês de março acontece em um momento de grande crise de saúde e humanitária. As mulheres estão em todas as áreas do enfrentamento à pandemia e ainda são as responsáveis pelo cuidado com crianças e idosos, além de terem mais afazeres domésticos. É de fato um momento grave para a saúde da população e também das mulheres. Queremos saúde e queremos vacina”, afirmou.