Competição conta com mais de três milhões de inscrições, sendo quase 50% de meninas
O Fundo de População das Nações Unidas é um dos parceiros da Olimpíada Nacional de Ciências (ONC) em 2022. Neste ano, o UNFPA Brasil premiará as meninas estudantes de escolas públicas melhor qualificadas das cinco regiões do país. A competição teve início no dia 18 de agosto, totalizando mais de 3 milhões de inscritos distribuídos em mais de 4.500 municípios do Brasil. Trata-se do maior número de pessoas inscritas e municípios envolvidos desde a criação da ONC.
De acordo com a organização do evento, quase 50% das inscrições deste ano são de meninas. A primeira fase da competição aconteceu entre os dias 18 e 20 de agosto, e a segunda fase irá ocorrer nesta semana, nos dias 09 e 10 de setembro. A premiação será realizada no dia 23 de de novembro, em Brasília, vinculada aos eventos da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
Participam da Olimpíada estudantes de escolas públicas e particulares do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, do 1º ao 3º ano do Ensino Médio, 4º ano do Ensino Técnico e alunos de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A competição integra o Programa Ciência na Escola (PCE), sendo organizada pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), e realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O objetivo é incentivar o interesse pela Ciência entre os jovens no Brasil.
Parceria programática
Por meio da parceria entre UNFPA e ONC, além da premiação para as meninas de escola pública melhor qualificadas em 2022 e também em 2023, foram estipulados compromissos programáticos para a edição do próximo ano. As metas visam a promoção da igualdade de gênero, o empoderamento das mulheres e meninas e de pessoas jovens com deficiência.
Para isso, será promovida nas provas da ONC a partir de 2023 uma abordagem transversal com enfoque em direitos humanos, saúde reprodutiva, violência baseada no gênero e alternativas para a juventude. Além disso, será realizada a adequação do formulário de inscrição da competição para potencializar a participação de pessoas com deficiência.
O UNFPA atua no apoio técnico para a conquista dessas metas, que se conectam com o mandato da agência no Brasil. Segundo Júnia Quiroga, representante auxiliar do UNFPA Brasil, “a premiação de meninas junto à ONC contribui com a visibilização da importância de construção de projetos de vida que ampliem horizontes e aproximem as adolescentes e jovens do atingimento de seu pleno potencial”.
Júnia afirma ainda que “há desigualdades importantes de gênero, presentes inclusive na família e no ambiente escolar, que minam a autoconfiança de meninas e adolescentes no que se refere, por exemplo, ao seu desempenho em matemática e que na idade adulta dificultam a inserção das mulheres em determinadas áreas das ciências. É como se as meninas e adolescentes fossem condicionadas desde cedo às áreas de cuidados e que serão úteis à maternidade, porém é preciso valorizar que há outros caminhos possíveis, assim como a maternidade pode ser associada a outras escolhas.”
Em sua mensagem comemorativa ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência (celebrado no dia 11 de fevereiro), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, solicitou esforços na criação de ambientes propícios para superar as lacunas de gênero em todos os níveis da ciência.