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No Paraná, adolescentes fortalecem a autoestima em oficinas promovidas pelo UNFPA

No Paraná, adolescentes fortalecem a autoestima em oficinas promovidas pelo UNFPA

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No Paraná, adolescentes fortalecem a autoestima em oficinas promovidas pelo UNFPA

calendar_today 18 November 2019

UNFPA Brasil/Paola Bello

Uma série de oficinas com foco na construção de conhecimento sobre sexualidade e afetividade tem possibilitado que cerca de 70 jovens e adolescentes no Oeste do Paraná tenham a oportunidade de debater assuntos considerados tabus. A iniciativa é promovida pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) como ação complementar à parceria com a ITAIPU Binacional, no projeto Prevenção e Redução da Gravidez não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná.
 
Os encontros são realizados com adolescentes e jovens de 15 a 21 anos dos municípios de Foz do Iguaçu e de Santa Terezinha de Itaipu que participam do programa ViraVida, do SESI Nacional. Nas oficinas, é criado um espaço para que esse público acesse informações sobre saúde sexual e reprodutiva e possa trabalhar questões como a autorreflexão na área da sexualidade - temas que normalmente não são abordados em outros espaços, como no ambiente familiar e educacional. “Muitos dos e das adolescentes que participam das oficinas estão em contextos de vulnerabilização, incluindo situações de violências e negligência. No convívio, percebemos que os comportamentos de risco no exercício das sexualidades são comuns”, afirma a assessora técnica do UNFPA Georgia Silva, que tem ministrado as oficinas. “Nos encontros, buscamos fortalecer a autoestima e comportamentos que permitam encontros sociais saudáveis, livres e responsáveis”, completa.
 
Entre os temas abordados estão conhecimento do corpo, métodos contraceptivos, gravidez na adolescência, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), HIV e Aids, discriminação e preconceito, homofobia e diversidade sexual. A ideia é complementar o diálogo sobre a relação de gênero, ampliar a produção de afetos, violência e desconstrução de padrões de masculinidade e feminilidade. No total, as oficinas compreendem 14 encontros e vão até o final de 2019. As aulas são focadas em atividades participativas e colaborativas, com roda de conversas, cultura, dança, cinema, jogos, debates e dinâmicas interativas criadas pela assessora técnica do UNFPA para despertar o interesse do público adolescente.

Novas oportunidades 

Oscar Thaylor Morales Souza, de 15 anos, participa das oficinas e ressalta a importância de debater e de ter conhecimento sobre o próprio corpo. “Me sinto muito bem aqui, ainda mais pelo fato de você aprender mais sobre o seu corpo e da companheira. Você aprende um pouco mais sobre si mesmo e consegue ensinar outras pessoas algumas coisas importantes”, diz. 

Evelin Victória da Silva Gimenez, 16 anos também destaca que tem aprendido com as novas informações. “Estou achando importante. Vejo na aula que têm muitos alunos que não conheceram essas informações e não têm acesso. Muita gente tem curiosidade, eu também tenho muitas dúvidas, pois ainda sou nova, mas vou ter uma vida pela frente. Vou ser adulta e vou precisar saber disso tudo”, relata.  De acordo com a adolescente, os encontros são importantes para ampliar os conhecimentos sobre assuntos considerados tabus. “Tiramos dúvidas sobre situações que vamos passar, como por exemplo, a gravidez, que é o mais recorrente, infecções, e em casos de abuso também. É muito importante conversar sobre isso nas aulas com a professora”, diz. Evelin ressalta a importância de trocar informações com pessoas da mesma faixa etária: “Em outros lugares, vejo que não tem muito uma conversa sobre isso. Na escola também é raro e, quando tem, é uma palestra ou alguma discussão mais aberta. É sempre alguma coisa como ‘usem camisinha e não transem ou não façam isso ou aquilo’”.  

 

Sobre o programa ViraVida
 
O ViraVida foi criado em 2008 pelo Conselho Nacional do Sesi Nacional com a meta de garantir acesso à educação, à profissionalização e à dignidade por meio de um processo socioeducativo para jovens de 15 a 21 anos em situação de vulnerabilidade social . O programa realiza acompanhamento pedagógico e possibilita conhecimento mais amplo sobre autogestão e empreendedorismo, e tem como um dos objetivos encaminhar para o mercado de trabalho. 
 
O psicólogo do ViraVida, Lucas de Abreu, destaca que adolescentes e jovens do programa têm um perfil de vulnerabilização e risco social, além desse grupo ter vivenciado outras violências, como a sexual. O programa engloba o acompanhamento psicossocial com um trabalho voltado para o ambiente que estão inseridos, como a família e a escola.  “Um dos nossos objetivos é trabalhar com o desenvolvimento de potencialidade dentro de um processo socioeducativo e de pré-aprendizagem, que essa é a expertise principal do Programa ViraVida, preparando esses adolescentes de cada etapa para que estejam aptos a aprendizagem depois de um período de seis meses dentro do programa”, explica . 
 
Prevenção e redução da gravidez não intencional na adolescência

O projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná, assinado em 2018 entre UNFPA e ITAIPU Binacional, vem sendo desenvolvido com o objetivo de fortalecer as capacidades sócio institucionais nos municípios participantes. Com os investimentos adequados, milhares de adolescentes e jovens no Oeste do Paraná têm a oportunidade de planejar o futuro, fortalecer habilidades e projetos de vida para uma transição segura e saudável para a vida adulta, contribuindo para suas famílias e comunidades onde vivem.

O projeto conta com ações em quatro frentes: saúde, educação, gestão do conhecimento e comunicação. Na perspectiva do desenvolvimento econômico da região, ações nessas quatro frentes têm contribuído para o pleno desenvolvimento e fortalecimento das trajetórias de vida de adolescentes e jovens. As ações também têm foco no desenvolvimento socioeconômico, criando e ampliando oportunidades para que adolescentes e jovens ajudem na construção de serviços acolhedores de saúde e também tenham garantidas condições de ampliar suas habilidades para a vida e competências socioemocionais.