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Envolver pais, mães e responsáveis em atividades e rodas de conversa para falar sobre adolescência. Esse tem sido o diferencial em projeto desenvolvido pela Secretaria de Saúde de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste do Paraná. O município faz parte dos que participam do projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência, uma iniciativa do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) em parceria com a ITAIPU Binacional.

Iniciado em julho de 2019, o grupo Dá uma moral aí inclui adolescentes de diferentes idades para acompanhamento psicológico no município, por meio da Secretaria de Saúde. A iniciativa foi estruturada em 11 encontros, sendo oito com adolescentes e três voltados especificamente para pais e responsáveis. “O objetivo de trazer os pais para o grupo é que eles se sintam responsáveis e não transfiram a essa responsabilidade da educação e do desenvolvimento dos adolescentes exclusivamente para a escola e a sociedade”, explica a psicóloga à frente do grupo, Camila Sueli Trevisan.

Marize Meri Adoryan é uma das mães que participa do grupo. Para ela, as reuniões têm ajudado na relação com a filha, inclusive para saber lidar, conversar e interagir com ela sobre os assuntos mais íntimos. “As psicólogas comentando e falando maneiras de lidar melhor com os filhos, como elogiar, agradecer e se impor me ajudaram bastante”, ressalta.
 
A filha de Marize, Raissa Adoryan Kosak, de 14 anos, também reconhece a importância do grupo. Ela diz que tem se aproximado mais e que tem conversado mais com a mãe sobre assuntos que não abordava antes. Além disso, ela também tem melhorado a própria postura a partir das conversas em grupo. “A linguagem e a forma com que os profissionais trabalham é muito boa. Os assuntos tratados lá muitas vezes não são abordados em outros lugares”, completa.

Inspiração para atividades

Muitas das reuniões realizadas no Dá uma moral aí têm como inspiração os temas trabalhados nas oficinas do projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência. Desde junho, foram realizadas quatro capacitações sobre temas como direitos e adolescências, corporalidades e afetividades, diversidade e violência.

A psicóloga Camila Trevisan tem participado das capacitações desde o início e afirma que elas têm sido importantes também para o contato com a rede de atendimento a adolescentes em diferentes municípios. “Os debates nos grupos das oficinas, sobre temas amplos e com visões diferentes, são fundamentais para aprimorar a nossa prática profissional”, ressalta.

A diretora de saúde de Santa Terezinha de Itaipu, Eliane Brambatti, também tem participado das capacitações. Para ela, as oficinas trazem um novo olhar sobre temas dcotidiano para um melhor atendimento do público adolescente. “As oficinas de capacitação do projeto estão possibilitando às equipes repensar a forma de acolher adolescentes nos serviços de saúde. Com elas, nós também temos incluído a temática da gravidez na adolescência, que é muito importante, dentro dos grupos já existentes”, destaca.

Aproximação e fortalecimento de redes

As capacitações são oferecidas a profissionais das áreas de saúde, educação e assistência social dos municípios que ao projeto de prevenção e redução da gravidez não intencional na adolescência. Além de trazer olhares diversos sobre os temas trabalhados, a presença de profissionais de diferentes formações e que atuam em diferentes áreas tem também fortalecido e aproximado as redes de atendimento a adolescente nos municípios.

“As capacitações, sendo multiprofissionais, têm colaborado para a troca de informação e para a gente ampliar o nosso alcance através da rede”, ressalta a psicóloga Ana Lídia Pedrotti, do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Santa Terezinha de Itaipu. “Sendo saúde, educação e assistência social nas oficinas, hoje a gente consegue que membros da rede venham para o nosso grupo, que antes eram separado”, comemora.

Sobre o projeto

Iniciado em 2018, o projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná prevê ações em Saúde, Educação, Gestão do Conhecimento e Comunicação. As ações têm foco no desenvolvimento socioeconômico, criando e ampliando oportunidades para que adolescentes e jovens ajudem na construção de serviços acolhedores de saúde e também tenham garantidas condições de ampliar suas habilidades para a vida e competências socioemocionais.

Entre as principais ações estão: fortalecer a informação e educação, ampliar a acessibilidade e qualidade da atenção nos serviços de saúde, gerar conhecimento e evidências para melhorar as práticas e embasar políticas pública e comunicar de maneira simples e eficiente.