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Alunos e professores do curso de relações internacionais da Universidade Salvador (UNIFACS) tiveram a oportunidade de discutir os avanços e conhecer um pouco mais sobre a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), que neste ano celebra 25 anos. A conversa contou com a participação da oficial de projetos do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) em Salvador, Michele Dantas. A Semana do Internacionalista ocorreu no campus Tancredo Neves, de 25 a 27 de setembro, e contou com intercâmbio de especialistas, minicursos e workshops.

 

À plateia, Michele explicou como a CIPD, ocorrida no Cairo, em 1994, representou uma mudança de paradigma na forma como os assuntos de população e desenvolvimento passaram a ser abordados: até então, falava-se em explosão populacional e o receio de uma possível escassez de alimentos, com enfoque também em políticas de controle de nascimentos. No Cairo, entendeu-se que os direitos reprodutivos eram direitos humanos autênticos e que o foco precisava ser no direito de escolha e nas liberdades individuais.

 

“Na ocasião, 179 países pactuaram um plano de ação para orientar as políticas públicas a partir do prisma dos direitos humanos e escolhas individuais. Os principais compromissos envolviam a promoção da igualdade de gênero, a eliminação da violência contra a mulher, a garantia dos direitos reprodutivos e a redução da mortalidade materna”, observou.

 

Hoje, 25 anos depois, muitos avanços foram conquistados, como pontuado pela oficial. Mas ainda há pessoas cujos direitos reprodutivos não são respeitados. Por isso, o Fundo de População da ONU trabalha com a meta de alcançar três zeros: zero necessidades de contracepção não atendidas, zero mortes maternas evitáveis e zero violências ou práticas nocivas contra mulheres e meninas.

 

Rumo a Nairóbi

 

Michele também lembrou que, em comemoração aos 25 anos da CIPD, será realizada a Cúpula de Nairóbi, de 12 a 14 de novembro, no Quênia, onde governos, sociedade civil, especialistas e a comunidade poderão discutir os avanços mencionados e traçar novos objetivos para cumprir o que foi acordado na Conferência do Cairo.