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Evento virtual realizado pela Plan International com apoio do UNFPA Brasil celebrou o Dia Internacional da Menina

Por Giselle Cintra

 

Em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas no Brasil (UNFPA) e por ocasião ao Dia Internacional da Menina, recordado no dia 11 de outubro, a Plan International Brasil realizou nesta terça-feira, 19, o Encontro Nacional de Meninas, que teve como tema “letramento digital no combate às fake news”.


Representante do UNFPA Brasil reforça a importância de discutir soluções digitais no combate à desigualdade de gênero. (Reprodução/Zoom)

A Plan International Brasil desenvolve programas e projetos com o objetivo de capacitar e empoderar crianças, adolescentes e suas comunidades, para a diretora executiva Cynthia Betti, é muito importante que meninas estejam no centro das discussões da organização: “a gente acredita muito nesse movimento, de que a gente é capaz de criar e de impactar o mundo onde vivemos por meio da atuação de meninas, tendo-as como protagonistas”.

Para Astrid Bant, representante do UNFPA no Brasil, “ações como esta são fundamentais para contribuir com a ampliação de oportunidades para que as meninas possam discutir e criar soluções digitais inovadoras para um futuro mais igualitário. Meninas, protagonismo e liderança são palavras que devem estar cada vez mais entrelaçadas”.

Segundo estudo da Plan International realizado com 26 mil meninas e jovens mulheres de 15 a 24 anos em 26 países, incluindo o Brasil, nove em cada dez meninas (87%) disseram que as fake news afetaram negativamente suas vidas. Uma a cada três (35%) relata que as informações falsas estão afetando sua saúde mental, deixando-as estressadas, preocupadas e ansiosas – no Brasil, esse número chegou a 46%.


Designers como Priscila Mattucci fizeram o registro do encontro, em tempo real, por meio de artes gráficas (Reprodução/Zoom)

Durante o encontro, meninas e jovens foram divididas em grupos para discutir sobre como combater fake news e sobre a seu papel na era da informação. A jovem Nalu Oliveira, que faz parte do Engajamundo e do Observatório da Juventude do UNFPA, compartilhou que mulheres são as mais afetadas pelas crises, consequentemente, também são impactadas pela desinformação: “estamos sempre na linha de frente e somos as primeiras a sentir na pele, então também somos as primeiras a sentir na pele a desinformação. Como indivíduo, temos o papel de ler e checar a notícia antes de compartilhar”. Ela complementa: “A gente também pode apoiar movimentos e organizações que cobram e monitoram empresas que monetizam sites de fake news”.

 

Violência digital contra meninas

A discussão sobre combate à fake news e desinformação também se alinha à afirmação global do UNFPA. No dia 11 de outubro, em declaração, a diretora executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, chamou atenção para meninas que são deixadas para trás pela discriminação etária e de gênero. 

“As tecnologias digitais têm suas desvantagens. As meninas com acesso a tecnologias enfrentam riscos crescentes de várias formas de ciberviolência. O acesso para meninas com deficiência continua insuficiente e a disponibilidade de idiomas locais é muito limitada. Essas questões também refletem desequilíbrios prejudiciais de poder entre os gêneros. Vamos aplicar essas tecnologias para ajudar as meninas a conquistar seus direitos e garantir sua autonomia corporal”.