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Lideranças da enfermagem obstétrica no Brasil discutem acesso a direitos em primeiro encontro do Projeto Enlace

Lideranças da enfermagem obstétrica no Brasil discutem acesso a direitos em primeiro encontro do Projeto Enlace

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Lideranças da enfermagem obstétrica no Brasil discutem acesso a direitos em primeiro encontro do Projeto Enlace

calendar_today 14 June 2021

Encontros ocorrem até o mês de julho e fazem parte do cronograma de atividades do Projeto Enlace (Reprodução)

Jornada formativa em incidência e diálogo político é realizada em parceria com a Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstétricos (ABENFO) Nacional 

 

Por Fabiane Guimarães

 

Na última quinta-feira, 10, cerca de 50 lideranças da enfermagem obstétrica e obstetrícia de todo o Brasil se reuniram para o primeiro encontro online da jornada formativa em incidência e diálogo político do Projeto Enlace. A Jornada abordará temas como direitos humanos e ética, os direitos sexuais e reprodutivos e formas de fortalecer o advocacy e diálogo político da categoria para a articulação de redes e interlocuções institucionais e a mobilização de agendas relacionadas à promoção dos direitos humanos e da Saúde Sexual e Reprodutiva. O curso é realizado em parceria com a Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstétricos (ABENFO Nacional) e faz parte das atividades do Projeto Enlace, uma iniciativa do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e da Johnson & Johnson Foundation para reconhecer e fortalecer as enfermeiras e enfermeiros obstétricos e as obstetrizes.

A professora universitária, enfermeira obstétrica e presidente da ABENFO Nacional, Kleyde Ventura, abriu o encontro e deu as boas vindas às e aos participantes, reforçandoo objetivo geral do curso: fortalecer e mobilizar essas e esses profissionais. “Nossa jornada começa hoje. É um chamado à liderança da enfermagem obstétrica e obstetrícia, para nos movimentarmos de um lugar de comoção à mobilização”, definiu.

A representante auxiliar do Fundo de População da ONU, Júnia Quiroga, apresentou um pouco sobre o mandato do UNFPA no Brasil e no mundo, valorizando a construção do Projeto Enlace baseada em múltiplos atores, - UNFPA, Johnson &Johnson Foundation, ABENFO e IFF/Fiocruz-, e explicando por que o projeto é chave para a concretização de elementos essenciais da missão da instituição: de que todas as gestações sejam desejadas e todos os partos sejam seguros. “A reunião desse grupo tão potente faz com que já estejamos concretizando nosso projeto. E esse projeto visa contribuir com o empoderamento da enfermagem obstétrica no cenário obstétrico nacional, aliando o fortalecimento técnico, a defesa dos direitos humanos, o protagonismo político e a promoçãode um ambiente favorável. Um projeto que nasce da defesa do parto seguro”, afirmou.

O primeiro encontro foi, principalmente, para que os e as participantes pudessem se conhecer, debater os desafios, as dificuldades no acesso aos direitos e também para manifestar as suas expectativas com relação à Jornada. Os relatos de profissionais presentes demonstraram que, com a pandemia, o momento é crítico, com maior adoecimento e risco para as mulheres grávidas, que exige ainda mais atenção e cuidado.

“As demandas das mulheres não pararam. O projeto traz essa energia e força em prol das enfermeiras obstétricas e das mulheres. Não teria como não querer participar. Se existe a necessidade, temos que entrar com força, para lutar e trabalhar”, afirmou a enfermeira obstétrica Elisangela Sanches, de Maceió (AL).

Elisiane Gomes, profissional da Universidade Federal do Piauí, agradeceu a possibilidade de uma formação para aperfeiçoar o olhar para os direitos sexuais e reprodutivos. “O que temos visto na prática é que muitas gestações não são desejadas e há índices altos de mortalidade materna. Estamos vivendo um desastre com a pandemia. Precisamos de troca de conhecimento, informações e dicas de colegas para avançar”, definiu.

O grupo de lideranças que irá participar da Jornada tem profissionais de todas as regiões do país, tendo 20 estados e 25 municípios representados e 27 serviços (Maternidades e Casas de Parto) e 14 Instituições de Ensino. Um grupo diverso que atua também com uma diversidade de públicos, como mulheres em situação de rua, mulheres que fazem uso de substâncias lícitas e/ou ilícitas que tiveram suas crianças retiradas, comunidades quilombolas e ribeirinhas, povo cigano, indígenas e refugiados. 

Os encontros da jornada formativa continuam, com carga horária total de 20 horas, até 16 de julho.