Maternidade Ana Braga, localizada em Manaus, recebeu planta de oxigênio com capacidade de produzir 31 metros cúbicos por hora
Por Pedro Sibahi
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), agência do Sistema ONU para saúde sexual e reprodutiva, em resposta à solicitação do governo do Estado do Amazonas, efetuou no dia 30 de abril a entrega de uma usina de oxigênio, instalada na maternidade Ana Braga, em Manaus. Parceira de longa data do UNFPA, a Embaixada da Noruega é financiadora do projeto.
Segundo a representante do UNFPA no Brasil, Astrid Bant, “o objetivo da doação é apoiar a saúde materno-infantil de Manaus, visando evitar um cenário de escassez de oxigênio em momentos de alta demanda, como aquele visto em janeiro de 2021, ocasião na qual o Fundo de População agiu prontamente realizando uma doação de 60 cilindros de oxigênio à maternidade municipal Moura Tapajoz”. Por conta da pandemia de Covid-19, Manaus viveu uma crise de escassez de oxigênio na primeira quinzena de janeiro.
O equipamento doado pelo UNFPA tem capacidade de produção de 27 Nm³/hora de oxigênio medicinal, com 93% de pureza. O termo Nm³ significa normal metro cúbico e é uma medida usada para ar comprimido. Com a conversão, o dado é de 31 m³ por hora. De acordo com o Ministério da Saúde, 30 metros cúbicos por hora são suficientes para abastecer, em média, até 70 leitos - o que atende 100% da demanda atual na maternidade Ana Braga.
O investimento total é de R$ 665 mil e se refere aos custos de aquisição e instalação da planta de oxigênio, além dos gastos de gerenciamento e administração.
A entrega da usina foi realizada em cerimônia com a presença da Secretária Adjunta de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Amazonas, Mônica Melo; do Gerente de Maternidades do Amazonas, Edilson Albuquerque; da Diretora Geral da Maternidade Ana Braga, Rose Lobo; da Assessora de Gabinete da SES-AM, Katherine Benevides; e da chefe do escritório do UNFPA em Manaus, Débora Rodrigues.
Débora Rodrigues afirmou que “é com muita satisfação que o Fundo de População da ONU realiza a doação desta usina de oxigênio ao Governo do Amazonas, beneficiando a principal maternidade da região norte do país. Acreditamos que a doação contribuirá para o fortalecimento da rede materno-infantil de todo o estado, evitando mortes maternas e neonatais”.
Mônica Melo afirmou que a doação “nos dá segurança para, em uma necessidade, ter esse suporte de oxigênio. Nós agradecemos ao escritório do UNFPA em Manaus”. Edilson Alburquerque afirmou que “agora, nessa maternidade, atenderemos não só as mulheres amazonenses, mas também mulheres vindas de outros Estados e países, indígenas e quilombolas, garantindo um atendimento digno a elas.”
Diretora da maternidade Ana Braga, Rose Lobo, destacou que a usina “irá beneficiar várias vidas de mamães e bebês, que precisam dos nossos serviços”.
A maternidade Ana Braga é a instituição pública que realizou mais partos na cidade de Manaus nos últimos 15 anos. Em 2020 foram 9.967 internações, das quais 6.746 foram partos. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas, em 2020, em função da pandemia de COVID-19, a maternidade instalou 12 leitos clínicos e dez de UTI exclusivos para Covid-19. No início de 2021, iniciou a implantação de mais 18 leitos clínicos e dez de UTI para pacientes de coronavírus.
Desde 2019, o Fundo de População da ONU atua em Manaus no atendimento e recepção de pessoas migrantes e refugiadas, com foco na saúde reprodutiva de mulheres e gestantes. Desde o começo da pandemia, o UNFPA tem apoiado outras maternidades localizadas na cidade para que o atendimento a mulheres grávidas, puérperas e a bebês recém-nascidos não seja prejudicado.
A Noruega é um relevante parceiro global do UNFPA. Em 2019, de acordo com o ranking de doadores, o país contribuiu com recursos na ordem de 85,2 milhões de dólares, ocupando o sétimo lugar entre os maiores doadores.
O embaixador da Noruega no Brasil, Nils Martin Gunneng, afirmou que “é prioridade do país assegurar que mulheres e crianças tenham acesso à saúde de qualidade e acompanhamento profissional durante a gestação e o puerpério”.
“Agradeço ao UNFPA por essa importante iniciativa, oportuna em um momento tão desafiador para a região Norte e para o Brasil. A cooperação com o UNFPA Brasil está alinhada com os esforços da Noruega de garantir e promover os direitos reprodutivos das mulheres”, completou Gunneng.