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Declaração da Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, sobre o Dia Internacional da Mulher 2023

 

Mulheres e meninas, em todas as suas diversidades, têm o direito fundamental de viverem livres de violência e de decidirem sobre seus corpos e vidas, tanto offline quanto em espaços virtuais.

O UNFPA iniciou a campanha bodyright para  chamar a atenção para a falta de proteção que mulheres e meninas enfrentam online. Apoiamos sobreviventes de violência de gênero facilitada pela tecnologia e conscientizamos sobre as normas sociais de gênero que permitem que ela prolifere. 

A tecnologia tem infinitas possibilidades. Tem o poder de expandir redes, oportunidades e mentes. Em nosso mundo cada vez mais tecnológico, o acesso digital, a alfabetização e as habilidades são imperativos para tudo, desde os meios de subsistência até a educação e a participação na vida cívica. No entanto, a tecnologia também é cada vez mais mal utilizada e armada, com mulheres e meninas sendo desproporcionalmente visadas. Populações marginalizadas, incluindo afrodescendentes, povos indígenas, pessoas com deficiência e indivíduos LGBTQIA+, podem ser ainda mais vulneráveis.

A exclusão digital é muitas vezes retratada como uma questão de falta de inclinação de mulheres e meninas em relação à tecnologia. Não é o caso. A exclusão de mulheres e meninas na tecnologia é perpetuada através da violência e da discriminação. E está encolhendo seu futuro e aprofundando a desigualdade de gênero e desigualdades econômicas e sociais. Os impactos cumulativos dessa exclusão são enormes. Estima-se que 2,7 bilhões de pessoas não estão conectadas à Internet, e a maioria delas são mulheres e meninas. Globalmente, 62% dos homens usam a Internet, em comparação com 57% das mulheres.

Mulheres e meninas são formadoras de um futuro igualitário. Quanto mais elas forem incluídas na criação de tecnologia, menos vulneráveis elas serão – e mais toda a sociedade se beneficiará. Se a intenção por trás das novas tecnologias for boa ou ruim, quando a tecnologia mal projetada encontra a desigualdade de gênero, o dano pode seguir. Isso pode assumir a forma de abuso baseado em imagem, sextorsão (chatagem eletrônica relacionada ao sexo), assédio, discurso de ódio, cyberbullying e doxxing (publicar informações sensíveis ou pessoais sem permissão).

Diversas perspectivas são primordiais para garantir a segurança, usabilidade e inclusão de ferramentas e produtos. É por isso que o UNFPA está desenvolvendo diretrizes de segurança e ética para prevenção e resposta à violência baseada em gênero direcionadas a profissionais que projetam tecnologia. E, crucialmente, estamos engajando empresas de tecnologia para envolver as mulheres nos processos de design desde o início.

A tecnologia é essencial para promover a igualdade de gênero. Quando mulheres e meninas podem acessar e usar a tecnologia com segurança, elas podem amplificar suas vozes e exercer sua agência e autonomia – dando-lhes uma plataforma que pode transformar seu futuro – e o nosso.