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No mês de novembro, o escritório regional do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) para a América Latina e o Caribe realizou um encontro de formação em gestão e remissão de casos de violência baseada em gênero e identificação segura, dirigido a gestores/as de casos que trabalham  na assistência humanitária em Manaus (AM), Boa Vista e Pacaraima (RR). O curso foi ministrado por especialistas em violência baseada em gênero em emergência do UNFPA LACRO, com apoio do UNFPA Brasil.

 

“Temos observado que, com a resposta ao atual fluxo migratório proveniente da Venezuela, o número de pessoas enfrentando incidentes de violência baseada em gênero tem aumentado consideravelmente, por isso a importância de fortalecer as capacidades de resposta em cada país que recebe pessoas deste fluxo migratório, para que a prevenção e a resposta a violência baseada em gênero seja a mais adequada possível”, disse Victoria Laroche, especialista em Violência Baseada em Gênero em Emergência do UNFPA LACRO.

 

“Em contexto de emergência, o UNFPA lidera a prevenção e resposta a violência baseada em gênero. Um de seus papéis é fornecer instrumentos para treinar e qualificar, além de fornecer subsídios e informações, fortalecer capacidades institucionais, fazer a gestão de casos, considerando que muitas pessoas trabalham como gestores/as neste contexto”, ressalta a oficial de programa para Assistência Humanitária, Irina Bacci.

 

A formação reuniu organizações, agências e demais atores envolvidos na resposta humanitária em Roraima e Manaus: UNICEF, OIM, ONU Mulheres, ACNUR, Exército de Salvação, AVSI Brasil, Serviço Jesuíta aos Migrantes e Refugiados, Secretarias de Estados de Roraima e do Amazonas e das prefeituras Pacaraima, Boa Vista e Manaus, maternidades, hospitais, entre outros. 

 

Saúde sexual e reprodutiva

 

Entre os dias 18 a 28 de novembro, Juan Pablo Protto, especialista em Saúde Sexual e Reprodutiva do UNFPA LACRO em contexto de emergência, esteve em missão em Roraima, Amazonas e no Distrito Federal. O objetivo foi produzir um diagnóstico de necessidades de saúde sexual e reprodutiva das pessoas migrantes e refugiadas da Venezuela no marco da resposta humanitária do UNFPA Brasil, com foco na atuação do UNFPA em Roraima e Manaus, e produzir um mapeamento de prioridades na atuação do Programa Humanitário do Fundo de População da ONU para o próximo ano.

        

A agenda incluiu reuniões com membros da secretária de saúde dos municípios de Boa Vista, Pacaraima e Manaus, assim como as secretarias de saúde do estado de Roraima e Amazonas. Parte do diagnóstico envolveu espaços de conversa com a população migrante e refugiada de diversos perfis, para entender as demandas e realidades a partir do contexto desta pessoas. 

 

“A missão do UNFPA está orientada em promover ações que salvam vidas. A ideia para 2020 é mobilizar recursos para entrar com mais força nessas ações diretas, provendo insumos, formando médicos e médicas, profissionais de UBS e gestores em saúde sexual e reprodutiva, inclusive com manejo clínico de violência sexual. Serão adotadas estratégias diferenciadas e segmentadas de sensibilização”, afirmou.

 

Outras reuniões foram realizadas com a coordenação de hospitais, maternidades, e Unidades Básicas de Saúde. Também foram estabelecidas conversas com os representantes locais de saúde na Operação Acolhida, OPAS, UNICEF, MSF, Cruz Vermelha, OIM, ACNUR, ONU Mulheres entre outros atores. Juan Pablo Protto encerrou sua missão com reuniões em Brasília, onde esteve reunido com o diretor da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Marco Quito, e com Socorro Tabosa, da Casa Civil da Presidência da República.   

 

“A missão do nosso especialista em saúde sexual e reprodutiva teve como objetivo realizar o diagnóstico para que o Fundo de População possa colaborar no fortalecimento das capacidades locais diante dessa emergência humanitária e desenvolver em parceria com a rede local ações, que possam ampliar as possibilidades de mulheres e jovens levarem uma vida sexual e reprodutiva saudável, acelerar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento da vida reprodutiva”, afirmou o chefe do escritório do UNFPA em Roraima, Igo Martini.