Você já pensou em aprender técnicas do Jiu-Jitsu para defesa pessoal e conseguir se proteger sem precisar agredir o outro? Nesta quinta-feira, 22, será oferecida uma aula aberta de defesa pessoal voltada para mulheres, população LGBTT e pessoas em situação de vulnerabilidade social em Roraima. A atividade será oferecida em Boa Vista, na Praça Mané Garrincha, bairro Tancredo Neves, a partir das 18h30.
A atividade faz parte do mês em comemoração ao dia da mulher e é uma iniciativa do Fundo da População das Nações Unidas (UNFPA), Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e Organização Internacional para as Migrações (OIM) em parceria com a Universidade Federal de Roraima e apoio da Prefeitura de Boa Vista, Defensoria Pública do Estado de Roraima, Núcleo de Mulheres de Roraima e Coordenação de Políticas Públicas para as Mulheres da Setrabes.
A aula será ministrada pela campeã brasileira Yvone Duarte e pelo professor de educação física e mestre de Jiu-Jitsu Pascoal Duarte. “Tem um tempo que venho pensando em como colocar o Jiu-Jitsu em outra dimensão, que não seja só a da competição esportiva, mas também em uma perspectiva social”, afirma Yvone. Professora de Jiu-Jitsu e defesa pessoal, ela iniciou parceria em 2017 com o projeto “Escuta Diversa” na Universidade de Brasília (UnB), empregando técnicas da modalidade para a defesa de pessoas em situação de vulnerabilidade social, como mulheres e população LGBTT.
Em Boa Vista, ela e seu irmão, o professor Pascoal Duarte, vão iniciar o projeto em parceria com a Universidade Federal de Roraima. A proposta é levar as aulas de defesa social e rodas de conversa para pessoas que estejam sendo ameaçadas, com seus direitos violados e dignidade e integridade ameaçadas. Uma pequena mostra das atividades que farão parte do projeto de extensão da UFRR poderá ser vivenciada pela população gratuitamente na praça.
“Nosso programa foi montado pensando em neutralizar ataques e agressões com técnicas de imobilização, bloqueio, chave de braço, torções e alavancas para dominar e paralisar o agressor sem inverter o papel”, explica Yvone. Segundo ela, a ideia não é passar de agredido para agressor, mas sim estimular a defesa pessoal da não violência: paralisar, sem agredir.
“Roraima infelizmente tem uma alta taxa de violência contra a mulher, bem acima da média nacional. É importante levantar o debate e criar formas de resiliência comunitária. Sabemos que nada substitui políticas públicas, é nesse sentido que deve vir a proteção a pessoas em vulnerabilidade, mas também faz parte incentivar as iniciativas de base comunitária enquanto alternativas”, pondera a Oficial de Programa do UNFPA Ana Cláudia Pereira.
Além da aula aberta, o evento também contará com uma roda de conversa com a participação da coordenadora da Defensoria Especializada na Defesa da Mulher, Jeane Xaud, bem como representantes do Núcleo de Mulheres de Roraima e Universidade Federal de Roraima.