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Município no Oeste do Paraná está entre os que aderiram ao projeto de Prevenção e Redução da Gravidez não intencional na adolescência, parceria entre o UNFPA e a ITAIPU Binacional 

 

Adolescentes de 12 a 17 anos do Oeste do Paraná estão recorrendo a atividades criativas e culturais para fortalecer vínculos e aumentar o protagonismo social. A iniciativa “Adolescência em Cores” é conduzida no município de Nova Santa Rosa, um dos 51 que aderiram ao projeto Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência nos Municípios do Oeste do Paraná, fruto da parceria entre ITAIPU Binacional e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).  

Liderado por profissionais da saúde e da cultura, o Adolescência em Cores tem por objetivo a inclusão social, trazendo meios de abordar os sentimentos, falar de gravidez na adolescência e promover o protagonismo social por meio do teatro, das artes e da pintura. Entre os recursos utilizados estão técnicas do teatro, a pintura e outras atividades culturais e lúdicas para educar. O grupo trabalha com atividades que desenvolvem o fortalecimento dos vínculos afetivos para proporcionar o processo de descobertas pessoais e trazer o reconhecimento e pertencimento social. 

Iniciado em maio de 2019, o Adolescência em Cores é desenvolvido com o formato de psicoterapia, trazendo as experiências da equipe de enfermagem e da cultura para auxiliar na parte criativa dos alunos.  Segundo a psicóloga e idealizadora do projeto, Catherine Louise Silva, os conhecimentos adquiridos por profissionais do município das oficinas de capacitação do projeto de prevenção e redução da gravidez na adolescência têm auxiliado na construção de conceitos e na formação de debates com os grupos de adolescentes, em especial nos assuntos ligados à sexualidade e à afetividade. “Aprendemos com as capacitações do projeto e usamos o conhecimento dos encontros para nosso projeto nessa tentativa de algum ganho para a vida deles e também para o nosso ofício. Serve para aumentar a bagagem de trabalho com temas bem importantes”, destaca.

Raquel Sabrina, de 15 anos, entrou no grupo Adolescência em Cores há dois meses, mas já vê resultados. “Ajudou muito para distrair a cabeça e conhecer pessoas, ter novos pensamentos e poder compartilhar os meus. Essa conversa que temos é muito boa e saudável para soltar o que tem de ruim dentro de nós. Então foi muito bom, a gente sempre conversa como que se sente, das coisas que aconteceram no nosso dia a dia e cada um desabafa um com outro enquanto estamos pintando e conversando”, destaca.

 

Saúde e teatro 

Kellen Cristina Martins é a enfermeira do grupo e destaca que o período da adolescência desperta inseguranças, emoções, indecisões, sendo um momento necessário para dialogar e ajudar a lidar com todos os sentimentos. “Essa é a intenção do projeto Adolescência em Cores, ajudar a entender o que se passa no organismo, o que se passa pela cabeça, essas emoções e o que pode ser melhorado e o que a gente vai trabalhar para o futuro”, afirma. 

Segundo o professor de teatro Rafael Saragoça Ortolan, as atividades lúdicas também complementam a iniciativa e ajudam na aproximação dos participantes do grupo. “Eu trabalho a questão corporal, tento buscar dinâmicas, brincadeiras e oficinas por meio do teatro para eles se auto conhecerem e também entenderem os sentimentos. Por que tudo é amigo, tudo é amor, tudo é raiva, eles não sabem diferenciar o que é amor, carinho e paixão. Através das oficinas e brincadeiras de teatro, a gente vai mostrando como é essa questão”, aponta. 

Ana Luisa, de 14 anos, também tem se beneficiado com as atividades do grupo, principalmente por poder conversar sobre temas que não têm oportunidade em outros espaços.  “A gente fala sobre assuntos que vários adolescentes têm dúvidas, como o corpo e relacionamento com outras pessoas e a mudança do adolescente em si. No primeiro dia, a gente falou sobre sentimentos e como demonstrá-los. Eu e nunca tinha conversado sobre isso com ninguém e aprendi que temos vários outros sentimentos, além de tristeza e alegria e esses sentimentos mais simples”, diz.  

Projeto da ITAIPU com o UNFPA

Nova Santa Rosa é um dos 51 municípios que fazem parte do projeto de Prevenção e Redução da Gravidez Não Intencional na Adolescência no Oeste do Paraná, uma iniciativa da ITAIPU Binacional em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Iniciado em 2018, o projeto conta com ações em quatro frentes: saúde, educação, gestão do conhecimento e comunicação. As ações têm foco no desenvolvimento socioeconômico, criando e ampliando oportunidades para que adolescentes e jovens ajudem na construção de serviços acolhedores de saúde e também tenham garantidas condições de ampliar suas habilidades para a vida e competências socioemocionais.