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Mensagem do Diretor Executivo do UNFPA, Dr. Babatunde Osotimehin, sobre o Dia Mundial da Ação Humanitária
19 de Agosto de 2014

Ao comemorarmos o Dia Mundial da Ação Humanitária, eu saúdo aqueles que respondem a crises e trabalham incansavelmente para salvar as pessoas em momentos de profunda angústia e perigo. O tema desta data, “O mundo precisa de mais heróis humanitários”, chama a atenção para a coragem e o compromisso dos trabalhadores humanitários que respondem ao aumento de catástrofes e conflitos ao redor do mundo. Eles colocam suas próprias vidas em risco para salvar outras vidas.

Hoje, eu presto tributo aos trabalhadores humanitários que ajudam a salvar mulheres grávidas e proteger mulheres e meninas da violência baseada em gênero. Esses heróis humanitários oferecem esperança ao se esforçarem para salvar vidas e proteger direitos humanos e dignidades em situações extremamente difíceis.

Uma dessas heroínas é Catherine Njeri Makunma, que trabalha como parteira em Juba, Sudão do Sul, em umcentro de apoio à saúde do UNFPA. Ela presta assistência a mulheres com gravidezes complicadas, fornecendo cuidados pré-natais, obstétricos e pós-natais. Conectar as mulheres com parteiras e médicos, bem como dar a elas acesso a kits de saúde reprodutiva de emergência e insumos de saúde reprodutiva, pode salvar suas vidas e as vidas de seus recém-nascidos. 

Outra heroína é Feeza Shraim, uma parteira de Gaza, que fornecia serviços de saúde para mulheres grávidas até que sua clínica e sua casa fossem destruídas num recente ataque aéreo. Em Gaza, pelo menos 11 hospitais e várias clínicas e ambulâncias sofreram danos nos conflitos, limitando o acesso dos moradores aos cuidados essenciais.

O trabalho de heroínas como Catherine e Feeza não pode ser superestimado. O UNFPA calcula que, no Sudão do Sul, cerca de 30 mil mulheres correm o risco de morrer no parto e 200 mil mulheres grávidas precisam de cuidados urgentes até o final do ano. Em Gaza, cerca de 160 partos acontecem todos os dias e quase 46 mil mulheres estão grávidas, incluindo 10 mil deslocadas pelo conflito. O Hospital Shifa, o maior de Gaza, relatou de 15 a 20 por cento de aumento em nascimentos prematuros associados ao estresse causado pelos bombardeios.

Em todas as regiões, as mulheres continuam a engravidar e ter filhos durante as crises e emergências. A violência frequentemente aumenta quando a saúde e outros serviços sociais são interrompidos. Do Sudão do Sul à Síria, de Gaza a outras situações de crise, o UNFPA apoia a saúde sexual e reprodutiva, bem como a proteção das mulheres e meninas contra a violência baseada no gênero.

Em Mianmar, Hkawng Gan administra dois dos oito centros operados pelo UNFPA para mulheres e meninas em Kachin. Ela realiza sessões de informação sobre a violência de gênero, dá apoio às sobreviventes de abuso sexual e trabalha com voluntários em acampamentos para pessoas deslocadas internamente. Mais de mil mulheres e meninas têm encontrado nessas ações o apoio e proteção que necessitam.

No Iraque, com o agravamento da situação de segurança, o UNFPA está garantindo serviços de saúde para cerca de 250 mil mulheres grávidas em oito províncias afetadas, prestando assistência a 85 hospitais e maternidades e mais de 200 clínicas de saúde básica.

O Iraque é também o lar de refugiados que fogem há três anos de conflitos na Síria. Yusra, um refugiado sírio, fornece suporte psicossocial e treinamento em desenvolvimento de habilidades para mulheres e meninas refugiadas no Espaço para Mulheres Yasmin, do Campo Domiz. Com o apoio do UNFPA, mais de 3 mil mulheres adquiriram habilidades para a autossuficiência e mais de 1,5 mil receberam aconselhamento e encaminhamento psicossocial para outros serviços especializados.

Outra heroína humanitária é Ruba Anga, consultora jurídica da Clínica de Saúde Al-Halbouni, na Síria. Ela fornece suporte e serviços às mulheres vítimas de violência baseada em gênero. Estima-se que 54 mil mulheres estão em maior risco de sofrer violência baseada em gênero devido ao conflito em curso na Síria.

Com o aumento das crises em todo o mundo, mais recursos financeiros e humanos são urgentemente necessários para apoiar a ação humanitária e proteger os direitos humanos e a dignidade.

Nesta data, quero defender o aumento do financiamento para os apelos humanitários internacionais, especialmente para os esforços de apoio à saúde sexual e reprodutiva e de proteção das mulheres e meninas contra a violência sexual.

A campanha do Dia Mundial da Ação Humanitária de 2014 convida cada um de nós a tomar medidas necessárias, fazer a diferença e tornar-se um Mensageiro da Humanidade. O UNFPA tem o orgulho de participar e apoiar o trabalho feito por #humanitarianheroes (#heróishumanitários).