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Declaração da diretora executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, no Dia dos Direitos Humanos

10 de dezembro de 2020

Efetivar os direitos humanos - iguais e inalienáveis ​​para todas as pessoas - é o objetivo mais justo e significativo de qualquer sociedade.

Os direitos humanos são princípios universais, e Eleanor Roosevelt uma vez nos lembrou, eles começam nos “pequenos lugares, perto de casa...A menos que estes direitos tenham algum significado ali, eles têm pouco significado em qualquer outro lugar.”  

Tudo ao nosso redor é uma evidência nítida de como deixar de cumprir os direitos humanos em pequenos lugares se multiplica em uma escala global.

Nós sabíamos que isso estava acontecendo muito antes da pandemia da Covid-19, mas o vírus colocou uma lupa sobre o racismo estrutural, sobre a desigualdade de gênero e a discriminação generalizada em todo o mundo. Quando o vírus empurrou as pessoas para dentro de suas casas e colocou economias e sociedades inteiras em pausa, as minorias raciais e étnicas, e mulheres e meninas viram seus direitos humanos ainda mais ameaçados.

Como um sinal do quão perto da vulnerabilidade muitas mulheres e meninas estão, elas foram as primeiras a perder o direito à segurança, à medida que as taxas de violência doméstica dispararam. Enquanto as crianças ficavam em casa e as pessoas adoeciam, uma parcela já injusta de encargos de cuidados não remunerados aumentava para as mulheres. Devido aos sistemas de saúde sobrecarregados, os direitos reprodutivos, seja para ter acesso a anticoncepcionais ou dar à luz com segurança, foram restringidos. Um provável futuro de austeridade e cortes orçamentários poderiam agora prejudicar desproporcionalmente as minorias étnicas e raciais e reduzir ainda mais os serviços públicos dos quais as mulheres mais precisam.

Hoje, 10 de dezembro, comemoramos o Dia dos Direitos Humanos, realizado anualmente no aniversário da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foi moldada sob a liderança de Eleanor Roosevelt. Este ano, um ano de tantas dificuldades, devemos prometer que faremos melhor.

Vamos abraçar os direitos humanos, cada um de nós, e não apenas nas leis e declarações, mas na vida das pessoas.

O Secretário-Geral das Nações Unidas publicou “Um Chamado Global à Ação pelos Direitos Humanos” reafirmando “que uma cultura de direitos humanos deve permear tudo o que fazemos”. Para nós do UNFPA, isso significa prevenir e eliminar a discriminação em todo o nosso trabalho, fornecendo serviços de qualidade que atendam aos padrões internacionais de direitos humanos e nos responsabilizando a todo momento.

Para nós, como indivíduos, significa nos levantar, porque esse é nosso direito. E quando não podemos fazer isso sozinhos, devemos fazê-lo juntos e fazer um apelo às pessoas e instituições que são obrigadas a cumprir direitos e fornecer proteções.

Vamos aproveitar este dia e os dias que virão. Nas palavras de Roosevelt: “O mundo do futuro está em nossas mãos. O futuro é agora.”

Esse texto é uma tradução. O original pode ser conferido aqui.