Publicado 09/10/2020
Toda menina tem o direito de falar e ser ouvida. Hoje, neste Dia Internacional da Menina, comprometemo-nos a escutar e fazer ouvir as vozes das meninas.
Com demasiada frequência suas vozes são silenciadas em casa, nas escolas e em âmbito público. Para milhões de meninas no mundo, esse silêncio se impõe por meio da mutilação genital feminina, do casamento infantil e outras práticas nocivas. Essas práticas não apenas violam a integridade e a autonomia corporal de uma menina; mas também roubam a confiança e a capacidade para tomar decisões informadas sobre sua vida.
Acontecem em um momento. Suas consequências duram toda uma vida.
E estão acontecendo neste mesmo instante, no meio da pandemia da Covid-19. Um estudo feito pelo UNFPA e diversos parceiros mostra que a pandemia pode resultar em 13 milhões de casamentos infantis e 2 milhões de casos de mutilação genital até 2030, de maneira adicional aos milhões de casos que já se esperava que acontecessem. A gravidez não intencional na adolescência está aumentando. As meninas que se encontram em situação de confinamento e não estão frequentando a escola são altamente vulneráveis a essas situações prejudiciais.
Com a Agenda do Desenvolvimento Sustentável como nosso guia, necessitamos fazer um melhor trabalho para assegurar de não deixar nenhuma menina para trás. Não podemos permitir que a crise atual tire dos trilhos o futuro de toda uma geração. Redobremos nossos esforços rumo a um mundo com igualdade de gênero, em que toda menina tenha o poder de tomar decisões informadas sobre seu corpo e sua vida.
Se conta com as habilidades e o conhecimento adequado, cercada por um lar pacífico, uma escola segura e uma comunidade que a apoia, e com todas as proteções da lei e instituições encarregadas de garantir seus direitos, ela terá todas as ferramentas para prosperar.
À medida em que as adolescentes efetuam a transição de meninas a mulheres, sua saúde e seus direitos sexuais e reprodutivos adquirem uma relevância ainda maior. Com a capacidade recém-descoberta para tomar decisões sobre seus corpos, suas vidas e seu mundo, e o desejo de fazê-lo, elas estão erguendo a voz para expressar suas necessidades e sonhos. É hora de escutá-las.