Não deixar ninguém para trás é um princípio do Fundo de População das Nações Unidas, que usa a transversalidade de temas, de atividades e de parcerias para fazer avançar os debates
BRASÍLIA, Distrito Federal - A importância da cultura como ferramenta de transformação social e de mudança de atitudes e de comportamentos para enfrentar o desafio de não deixar ninguém para trás foi um dos assuntos discutidos pela diretora-executiva do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Natalia Kanem, e a ministra da Cultura do Brasil (MinC), Margareth Menezes, em encontro das equipes das duas instituições.
A reunião aconteceu no dia 10 de maio, durante missão de Natalia Kanem ao Brasil, onde se reuniu com várias autoridades, chefes de organizações e sociedade civil, em sua maioria parceiros do escritório do UNFPA no Brasil. Também estavam presentes a diretora regional para América Latina e Caribe do UNFPA, Susana Sottoli, a Representante do UNFPA no Brasil, Florbela Fernandes, o presidente da Fundação Palmares, João Jorge, e diretores do MinC.
A diretora-executiva lamentou os trágicos eventos no Rio Grande do Sul e comentou nota divulgada pelo Secretário geral da ONU, António Guterres, estimulando as agências das Nações Unidas que trabalham no Brasil a contribuírem com a situação de emergência. "Estamos prontos a também contribuir nas áreas de atuação do UNFPA", disse.
“Parte de nosso trabalho é atuar com instituições que têm uma visão positiva em não deixar ninguém pra trás, que é o nosso objetivo, e queremos reconhecer que o Brasil tem sido líder em colocar foco no auxílio a populações que estão ficando pra trás", explicou Natalia Kanem. "Estou muito satisfeita em ouvir as ações de cultura que promovem a inclusão de pessoas e comunidades no Brasil”, disse ela mencionando o sucesso de projetos como Juventude Negra Viva e Diálogo de Tambores, realizado pela primeira vez no Brasil, em Salvador, Bahia, no dia 8 de maio, do qual participou. Este evento cultural, realizado em parceira entre UNFPA e MinC, teve como objetivo reconhecer e dar visibilidade às expressões artísticas da população afrodescendente, promover o reconhecimento de seus direitos humanos e lutar contra o racismo e a discriminação racial.
A ministra Margareth Menezes afirmou que "é muito importante estarmos juntos com organizações que pensam no mesmo sentido que nós". E destacou que "para todas as pautas que temos, no sentido especialmente das agendas da mulher, da negritude e das relações com as comunidades originárias, é preciso haver uma união para os temas avançarem. Estamos prontas a fazer parcerias com o UNFPA", finalizou.