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COVID-19: Especialistas e governo discutem ações efetivas para o enfrentamento à violência contra a mulher

COVID-19: Especialistas e governo discutem ações efetivas para o enfrentamento à violência contra a mulher

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COVID-19: Especialistas e governo discutem ações efetivas para o enfrentamento à violência contra a mulher

calendar_today 07 Mai 2020

O webinário teve a participação de Jackeline Romio, Jacqueline Pitanguy, Julieta Palmeira, e conto com a apresentação e facilitação de Junia Quiroga.

A Associação Brasileira de Estudos Populacionais e o Fundo de População das Nações Unidas realizaram nesta quarta-feira (6), a segunda edição da série de webinários População e Desenvolvimento em Debate. Especialistas discutiram sobre violência baseada em gênero no contexto da COVID-19.

Com o tema “Violência de gênero e a COVID-19: evidências, vigilância e atenção”, cerca de 300 pessoas acompanharam a discussão com transmissão ao vivo do canal do UNFPA Brasil no Youtube, e teve como palestrantes: Jackeline Romio, demógrafa e associada a Associação Brasileira de estudos Populacionais, Jacqueline Pitanguy, socióloga e coordenadora executiva da Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (CEPIA), e Julieta Palmeira, secretária Estadual de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia. Também contou com a apresentação e facilitação da representante auxiliar do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil, Junia Quiroga.

Para Junia Quiroga, este período de pandemia tornam piores as condições de desigualdade de mulheres e meninas. “Sabemos que os surtos de doenças afetam mulheres e homens de maneiras diferentes, e as pandemias tornam mais agudas as condições que determinam desigualdades desfavoráveis a mulheres e meninas. Com a suspensão de serviços ou maior dificuldade de acesso de estruturas institucionais e comunitárias que protegem mulheres e meninas, medidas de proteção específicas devem ser implementadas”, afirma a representante auxiliar.

Para a socióloga Jacqueline Pitanguy, a pandemia da COVID-19 exige medidas urgentes. “Diante deste fenômeno que se agudiza pela COVID-19, há uma demanda de ações imediatas e urgentes, porque ela tem crescido exponencialmente” - Jacqueline complementa - “A luta sobre a violência contra as mulheres não se circunscreve apenas a violência física, sexual e psicológica cometidas pelos agressores, mas ela necessariamente engloba a transformação da estrutura de políticas públicas”.  

A pesquisadora Jackeline Romio aponta que os desafios são ainda maiores para comunidades tradicionais em contexto da pandemia. “A combinação de fatores relacionados à pobreza, racismo, machismo estrutural, além das desigualdades nas condições dos povos nos vários territórios indígenas e quilombolas tornam o desafio ainda mais desastroso, pois não contam com muitas políticas que possam barrar a intensidade de mortes”.

Como ação efetiva de proteção às mulheres, a secretária Estadual de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia, Julieta Palmeira, propõe que seja uma política de Estado junto com a sociedade. “É preciso unir governo e sociedade para enfrentar esse desafio, pois não se trata apenas de iniciativas que tenham a intenção de punir agressores, mas também para que possa proteger efetivamente as mulheres. Cada mulher que morre, é uma falha do Estado na proteção efetiva delas”, conclui Julieta Palmeira.

A cada semana, a série “População e Desenvolvimento em Debate” promovida por UNFPA e ABEP realizará discussões entre academia, governo e sociedade civil sobre temas emergentes na Agenda de População e Desenvolvimento aliado ao contexto atual. Na próxima edição, o webinário vai abordar o tema: COVID-19 e a pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).

Assista na íntegra ao segundo webinário da série

 


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Em abril deste ano, o Fundo de População das Nações Unidas no Brasil lançou o podcast "Fala, UNFPA" que aborda temas como saúde sexual e reprodutiva, equidade de gênero, raça e etnia, população e desenvolvimento, juventude, cooperação entre países do hemisfério sul e assistência humanitária. Tudo isso, claro, a partir de uma perspectiva de direitos humanos. Saiba mais clicando aqui.