Declaração da diretora-executiva do Fundo de População das Nações Unidas, Dra. Natalia Kanem, no Dia Internacional das Mulheres
Em todo o mundo, mulheres lideram. Elas lideram processos de paz, tocam negócios, fundam hospitais e escolas. Elas são presidentes de países e órgãos sociais. Elas lideram organizações internacionais e de base, grupos baseados na fé e times de esporte, movimentos ambientais e do trabalho, frequentemente enquanto cuidam de suas famílias e comunidades.
Neste Dia Internacional das Mulheres, nós celebramos todas as mulheres, e particularmente aquelas que lideram a busca por equidade. Eu encorajo mulheres e meninas que sonham com a liderança a se erguerem. Não esperem. É seu direito, e o mundo precisa de você agora mais do que nunca.
Nenhum país já atingiu completa paridade de gênero na liderança. Mas eu acredito que nós chegaremos lá e que mulheres, coletivamente, vão mudar nosso mundo para melhor. Onde há equidade de gênero, sociedades são mais prósperas. A paz é mais durável. Toda a sociedade se beneficia.
Ainda assim, muitos obstáculos ainda bloqueiam o caminho das mulheres rumo à liderança. Um dos mais fundamentais é a falta de autonomia sobre o próprio corpo. Muitas mulheres não conseguem tomar decisões básicas sobre seus corpos, como se devem ter relações sexuais ou não, se usam contraceptivos ou não, ou mesmo realizar suas próprias escolhas em serviços de saúde.
Nenhuma mulher deveria ter essas escolhas negadas. Ainda assim nós vemos, em um ano de pandemia da Covid-19, como crises podem exacerbar barreiras existentes que prejudicam a habilidade das mulheres de exercerem sua autonomia sobre o próprio corpo: serviços de saúde sexual e reprodutiva foram fechados ou reduzidos ao redor do globo, e a violência baseada em gênero disparou.
Uma mulher que não consegue exercer sua autonomia sobre o corpo pode enfrentar barreiras agravantes à equidade ao longo de sua vida, diminuindo a gama de direitos e escolhas requeridas para se tornar uma liderança. Por isso, nós devemos assegurar que mulheres possam ter tanto habilidades quanto oportunidades para liderar, e que possam construir uma fundação firme de autonomia sobre o próprio corpo.
Ao longo da crise da Covid-19, mulheres mantiveram sociedades inteiras em andamento, sustentando os sistemas de saúde como a maioria das trabalhadoras na ponta, e corajosamente gerenciando responsabilidades extras em casa enquanto cuidam dos doentes e das crianças fora da escola. Elas mantiveram abrigos abertos para sobreviventes de violência contra as mulheres, e escalaram montanhas, literalmente, para distribuir contraceptivos.
Resumindo, as próprias mulheres ofereceram provas reais, inesquecíveis, do valor de sua liderança. Essas provas devem ser celebradas e replicadas, rumo a um mundo onde toda mulher é capaz de governar seu corpo e sua vida, onde mulheres lideram como iguais, como é seu direito.
Este texto é uma tradução. Leia o original em: https://www.unfpa.org/press/celebrate-women-leaders-frontlines-covid-19…
Fundo de População da ONU publicará histórias de mulheres baianas que fazem a diferença em suas comunidades
No mês da Mulher, instituição dá visibilidade a lideranças que promovem ações de formação e informação em saúde sexual e reprodutiva, gênero, equidade e direitos humanos, na iniciativa batizada de “Força Motriz”. A partir da próxima quarta-feira, 10/03, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil começa a contar a história de oito mulheres baianas que fazem a diferença em suas comunidades. Das periferias de Salvador, passando por Presidente Tancredo Neves, Itabuna, Uruçuca, entre outras localidades, essas mulheres desenvolvem ações de formação e informação em saúde sexual e reprodutiva e direitos humanos, atuando como catalisadoras na busca pela equidade de gênero e raça. A publicação, batizada de “Força Motriz”, será semanal, nos sites e redes sociais do UNFPA.