Nairóbi, Quênia, 11 de novembro de 2019 - Ações para salvar vidas de mães, satisfazer a demanda mundial de contracepção e combater a violência baseada em gênero contra mulheres e meninas para o ano de 2030 são o principal enfoque de uma cúpula global de três dias que começa amanhã.
A Cúpula de Nairóbi sobre a CIPD25 tem lugar 25 anos depois da transcendental Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, onde 179 países fizeram um chamado ao empoderamento de mulheres e meninas em todas as esferas de suas vidas, incluindo em áreas relacionadas com a saúde sexual e reprodutiva.
“O Quênia se orgulha de ser o anfitrião de 6 mil líderes mundiais, representantes de organizações não governamentais, jovens, líderes empresariais e religiosas, e muitas mais pessoas de 160 países”, afirmou o embaixador Macharia Kamau, secretário principal do Ministério das Relações Exteriores do Quênia. “Quênia ocupará um lugar central como parte deste momento decisivo para mulheres e meninas no mundo inteiro.”
Durante a Cúpula, funcionários do alto-escalão do governo, incluindo chefes de estado, parlamentares e representantes de organizações não-governamentais, anunciarão compromissos financeiros e programáticos, políticas e outras iniciativas visando alcançar metas estabelecidas durante a CIPD, em 1994.
Até agora, foram feitos mais de mil compromissos.
“Temos avançado muito desde a CIPD no que diz respeito ao nosso compromisso global de fazer com que a saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos sejam uma realidade para todas as pessoas”, afirmou Arthur Erken, diretor de Comunicações e Alianças Estratégicas do UNFPA, a agência das Nações Unidas dedicada à saúde sexual e reprodutiva. “Mas ainda nos resta muito por fazer antes de poder afirmar que alcançamos essa meta”, acrescentou. “Devemos redobrar nossos esforços para disponibilizar contraceptivos modernos para todas as pessoas que os queiram e os necessitem, melhorar a atenção à saúde materna e proteger as mulheres e meninas da violência baseada em gênero e das práticas nocivas como matrimônio infantil e a mutilação genital feminina.”
Hoje em dia, estima-se que 232 milhões de mulheres queiram evitar a gravidez, mas não estão usando métodos contraceptivos modernos. Cada mais, mais de 800 mulheres morrem por causas evitáveis durante a gravidez e o parto, e 33 mil meninas são forçadas a se casar.
E, a cada ano, mais de 4 milhões de meninas são submetidas a mutilação genital feminina.
“Em 1994, na CIPD, imaginamos um mundo em que, um dia, nenhuma mulher morreria ao dar a luz, onde nenhuma mulher estaria em risco de ter uma gravidez não planejada, e a nenhuma menina seria negado o direito de realizar uma transição segura e saudável à adolescência e vida adulta”, disse o enviado especial da Dinamarca para a CIPD25, o embaixador Ib Petersen. “O mundo que imaginamos está agora a nosso alcance, mas devemos unir forças para fazê-lo uma realidade de uma vez por todas.”
Alcançar as metas da CIPD também é crítico para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que dependem do empoderamento das mulheres e da igualdade de gênero.
A Cúpula está reunindo um grupo extraordinariamente diverso de pessoas, que inclui altos funcionários de governo, intelectuais, especialistas técnicos, líderes religiosos, ativistas e organizadores comunitários, jovens, líderes empresariais, pessoas indígenas, instituições financeiras internacionais, pessoas com deficiência, acadêmicos e muitas pessoas mais comprometidas com a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos.
A Cúpula se centrará em cinco temas principais: a saúde sexual e reprodutiva como parte da cobertura universal de saúde,; o financiamento exigido tornar realidade todas as metas do Programa de Ação da CIPD; a diversidade demográfica e seu poder para impulsionar o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável; medidas para pôr fim à violência baseada em gênero e as práticas nocivas; e o direito à atenção da saúde sexual e reprodutiva, inclusive em contextos humanitários e frágeis.
As discussões durante a Cúpula também visibilizarão o poder da igualdade de gênero; a liderança juvenil, a liderança política e comunitária, a inovação e os dados, e as associações para acelerar a mudança.
Os governos do Quênia e Dinamarca, junto com o UNFPA, estão convocando a Cúpula, que também está recebendo apoio financeiro ou em espécie de outros governos e organizações privadas associadas.
Sobre a Cúpula de Nairóbi:
Os governos do Quênia e Dinamarca, e o UNFPA, a agência líder das Nações Unidas no âmbito da saúde sexual e reprodutiva, organizaram esta cúpula política de alto nível, de 12 a 14 de novembro de 2019. A Cúpula de Nairóbi sobre a CIPD25 tem como objetivo mobilizar a vontade política e os compromissos financeiros que necessitamos de maneira urgente, para implementar finalmente e de maneira integral o Programa de Ação acordado por 179 governos em 1994, durante a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, e confirmado por unanimidade em uma declaração política em 2019.