A primeira oficina da iniciativa realizada pelo UNFPA, em parceria com a Cese e a ICCO, foi sobre Direito à Informação e à Comunicação
As atividades do Projeto “OJÚ OMO – Olhar da Juventude”, realizado pelo UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, em parceria com a Cese, Coordenadoria Ecumênica de Serviços, e a Organização Interclesiática para a Cooperação e Desenvolvimento – Holanda (ICCO), foram iniciadas no dia 9 no Espaço Cultural dos Alagados, no bairro Uruguai, em Salvador. Cerca de 30 jovens participaram da primeira parte da Oficina “Direito à Informação e à Comunicação”, que durou quatro horas, e foi coordenada pelos facilitadores André Luis Souza, formado em Rádio e TV, e Paulo Rogério Nunes, publicitário.
O “OJÚ-OMO” tem como objetivo reforçar o protagonismo juvenil, através da capacitação de jovens em temas voltados para saúde reprodutiva e direitos, com enfoque em gênero e raça; a iniciativa faz parte do processo de expansão do projeto “Promovendo Direitos de Jovens: Cultura e Saúde Sexual e Reprodutiva em Salvador”, criado pelo UNFPA e lançado em 2009. “Além de buscar oferecer instrumentos e conhecimentos para que estas e estes jovens estejam cada vez mais empoderadas e empoderados para tomar decisões livres, responsáveis e seguras no exercício de sua sexualidade e vida reprodutiva, o projeto busca aproveitar suas potencialidades para atuarem na educação entre pares”, destaca Ruth Pucheta, Oficial de Programa do UNFPA.
“A oficina nos possibilitou realizar um diálogo sobre o direito humano à comunicação e teve como objetivo despertar nessas lideranças jovens a necessidade deles acompanharem essa pauta tão importante. Agora mesmo temos uma mobilização nacional para discutir um projeto de iniciativa popular que visa criar um marco legal para a comunicação brasileira e os jovens do OJÚ OMO podem, a partir de agora, se engajar nesse processo. Creio que o resultado foi muito positivo e poderá ter bons frutos”, enfatizou Paulo Rogério.
Na iniciativa, que terá continuidade durante o ano de 2014, as lideranças juvenis do Subúrbio Ferroviário, Península de Itapagipe, Ilha de Maré e Quilombo Rio dos Macacos também participarão de oficinas sobre direitos humanos e direitos da população jovem; sexualidades, direitos sexuais e reprodutivos; mediação de conflitos; relações de gênero e enfrentamento à violência contra mulher; promoção à saúde, saúde sexual e reprodutiva; prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e aids e uso de álcool e outras drogas, tendo a questão racial como tema transversal em todos os casos.
Intercâmbio entre participantes
Antes das oficinas, entre os dias 1º e 3 de novembro, foi realizado na Ilha de Itaparica um intercâmbio entre participantes do projeto (jovens, facilitadores(as) e equipes do UNFPA e da Cese). A atividade, que surgiu como oportunidade de integração, vivência, troca de experiências e levantamento de expectativas, contou com a participação de Ana Laura Lobato, Antropóloga e Consultora Técnica da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) da Secretaria Geral da Presidência da República, na “Roda de Conversas sobre Direitos da População Jovem”. A convidada falou sobre fatores que influenciam as trajetórias e o desenvolvimento das habilidades para a vida entre jovens como a violência, com destaque para o peso que ela assume na perda de vidas de jovens homens negros, e a feminização da aids nesse segmento da população. Também falou sobre a importância da SNJ para imprimir uma perspectiva de juventudes nas políticas públicas. “A SNJ tem trabalhado para ampliar a sua atuação e responder as demandas que surgiram nas conferências de juventude”, afirmou.
Também esteve presente no encontro de intercâmbio Zezé Olukemi, promotor de direitos humanos e enfrentamento ao racismo do Instituto Cultural Stevie Biko, que apresentou dados estatísticos sobre mortes de jovens negros/as em Salvador e suas correlações com as diversas formas de desigualdades. Ainda no intercâmbio, os e as jovens tiveram um momento para sugerir elementos para criação da logomarca do projeto.