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Acesso à internet é um dos maiores desafios enfrentados por estudantes no Brasil

Acesso à internet é um dos maiores desafios enfrentados por estudantes no Brasil

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Acesso à internet é um dos maiores desafios enfrentados por estudantes no Brasil

calendar_today 18 September 2020

(Reprodução/youtube)

Em evento virtual promovido pelo UNFPA e ABEP, especialistas foram convidados para discutir sobre os desafios da educação no contexto da pandemia e pós-pandemia

O Fundo de População das Nações Unidas, em parceria com a Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP) promoveu na última quarta-feira (16/09), a 21ª edição da série de webinários População e Desenvolvimento em Debate, com o tema Desafios da educação no contexto da pandemia e pós-pandemia. O evento virtual foi mediado pela oficial de Programa do Fundo de População das Nações Unidas, Gabriela Monteiro.

Assista esse debate na íntegra

Remote video URL

 

Uma das primeiras medidas para evitar a disseminação do novo coronavírus foi a suspensão de atividades em creches, escolas e universidades. Algumas instituições de ensino tiveram que se reinventar para seguir com as atividades a distância. Vídeoaulas, transmissões ao vivo, exercícios online, entre outros mecanismos foram e estão sendo utilizados como forma de manter educadores e estudantes ativos nos processos pedagógicos de aprendizagem. Para grande parte dos estudantes brasileiros, no entanto, a realidade tem sido mais complexa. 

Durante o período da pandemia, um dos grandes desafios enfrentados por estudantes brasileiros que vivem em situação de vulnerabilidade é o acesso à internet. Para a pesquisadora da educação e professora adjunta da Universidade Federal do Paraná, Raquel Guimarães, “manter os alunos estudando durante a pandemia da Covid-19 impõe graves desafios nunca antes vistos no Brasil. Mais de 47 milhões de estudantes estão fora da escola em isolamento e a conexão à internet não atinge os domicílios vulneráveis. As autoridades locais devem fornecer alternativas para facilitar o aprendizado remoto”.

 

Raquel também compartilhou uma pesquisa feita pelo Learning Policy Institute que sugere formas de recomeçar as aulas e reinventar as escolas em um cenário pós-pandemia:

  • Fechar as divisórias digitais
  • Fortalecer o ensino a distância e híbrido
  • Avaliar as necessidades dos alunos de forma personalizada
  • Garantir suporte para aprendizado social e emocional
  • Redesenhar escolas para forte relações entre comunidade escolar
  • Enfatizar aprendizado autêntico e culturalmente sensível
  • Prover tempo de instrução estendido para compensar o tempo fora da escola
  • Estabelecer escolas comunitárias e apoio da comunidade
  • Preparar educadores para reinventar escolas pós-pandemia
  • Alavancar financiamento escolar mais adequado e igualitário

Daniel Cara, professor da Universidade de São Paulo e dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, trouxe para a discussão, uma perspectiva com foco nos direitos. “Mesmo se nós não estivéssemos enfrentando essa crise da pandemia de Covid-19, é importante ressaltar que a educação é um direito que está escrito no artigo 205 da Constituição Federal de 1988 e na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948”.  

O professor da Faculdade de Educação da USP alerta para as vozes que devem ser escutadas pelos formuladores de políticas públicas da área da educação: “As políticas públicas para a área da educação devem ouvir, essencialmente, as ciências da educação, em especial a pedagogia, mas também precisa ouvir a experiência dos professores de sala de aula, ou seja, precisa valorizar aquilo que acontece na sala de aula, até porque o processo de ensino e aprendizado é um processo extremamente rico e complexo”.  

Em consonância com Daniel Cara, a articuladora de Juventude da Rede de Protagonistas em Ação (REPROTAI), Tatiane Anjos, aponta que a lei deve funcionar para todas as pessoas, incluindo, principalmente, as comunidades que possuem maior dificuldade no acesso à educação: “educação é um direito constitucional, então a gente precisa monitorar essa lei e garantir que o acesso à educação chegue na ponta, principalmente nas comunidades ribeirinhas, quilombolas, indígenas e na área rural”.

Tatiane Anjos também apontou para comunidades periféricas do país. “Se a gente não tiver um retorno às aulas de qualidade, com merenda digna, segurança e informação, a gente não consegue garantir o acesso dessas pessoas nas escolas”.  Para estimular a reflexão e sensibilizar o público sobre a realidade do país por meio da arte, Tatiane convidou Taciane Campos, articuladora da REPROTAI, para recitar uma poesia durante o evento. Confira abaixo a poesia Eduleveza

Eduleveza ou seja educação e leveza, para amenizar a pressão que está acontecendo.

O mundo mudou, a COVID 19 se manifestou, tirando o aconchego da coletividade, também alterando o processo da educação, mantendo nós distante meu irmão. Mas também veio aproximar pessoas que se mantia distante, fez nós exergar a importância de um abraço.

Oh mainha! Quero ir à escola, que saudades.

É, uma doença tão pequena, que some nos olhares, mas fez entender a importância da vida.

Oh, mainha! Quero ir à escola, tenho saudade.

Saudades da minha professora, amigos e até mesmo da merenda.

As lágrimas escorrem no rosto de um corpo que não se encaixa nos padrões do isolamento.

Tenho medo, mas sei que a nossa fé é a vacina, mas não se esquecendo de lavar as mãos com água e sabão.

Oh mundo, desculpa, você está doente, por causa de nós

E mesma assim,algumas pessoas desacreditam,fazendo famílias e amigos chorarem, por alguém que desencarnou.

Eduleveza,agradeço a participação dos professores que formaram os heróis com muito amor,uma profissão que vem do anonimato,Que nem sempre é valorizado, esse são os protetores da vida(Médicos,enfermeiros e outros) Educação sua participação é tão importante, para curar esse mundão.

 

Autora: Tacynha Breezy