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O Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ), uma das instituições apoiadas pelo Nas Trilhas de Cairo, une memória, pesquisa e educação em defesa da juventude

 

No alvorecer da redemocratização brasileira, uma organização foi criada para organizar o acervo do movimento estudantil e do movimento de juventude. O Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ), consolidado em 1986, começou como um espaço de preservação da memória. Quase 36 anos depois, a organização cresceu junto com quem a fundou: agora, além de resgatar a história, o CEMJ atua influenciando na formulação de políticas públicas e na pesquisa, com ações diretas de impacto para pessoas jovens como cursos de capacitação e ativismo. A organização é uma das contempladas pelo edital Nas Trilhas de Cairo, iniciativa inédita do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) para apoio a organizações da sociedade civil. Mais do que nunca, o grupo atua em defesa dos direitos das pessoas jovens.

O acervo do CEMJ é considerado o maior do Brasil quando o assunto é juventude. Segundo o presidente da organização, Euzébio Silveira, nem tudo está disponível online — até agora. Com o recurso obtido por meio do edital, um dos objetivos é justamente a criação de uma plataforma digital que reunirá o amplo material para consulta gratuita. “A gente precisa que todo esse material que reunimos tenha mais função social. Precisamos que jornalistas, historiadores, pesquisadores e pesquisadoras possam acessar esses conteúdos. Estamos vivendo uma situação delicada, com muita difusão de fake news, e queremos contar a história do modo mais fidedigno possível”, afirma. 


Foto de arquivo do CEMJ

 

O apoio do UNFPA também está servindo para aperfeiçoar o funcionamento geral e a divulgação do CEMJ nas redes. “A nossa organização tem passado por dificuldades para manter suas atividades. Esse apoio, durante a pandemia, permitiu que a gente tivesse ações no mundo virtual”, conta o presidente.

Conforme Euzébio, é preciso dar voz à juventude não apenas para ouvir do que precisam, mas também para aprender. “É muito importante refletir sobre os impactos da pandemia para as pessoas jovens, no mundo do trabalho, na educação a distância, por exemplo. Mas, em um momento de pandemia, ainda assim jovens estão encontrando soluções criativas”, relata. “Se não permitirmos que as pessoas jovens interajam, que se organizem e participem dos processos, corremos o risco de tomar decisões equivocadas. O futuro do mundo, inclusive do meio ambiente, depende disso”, conclui.