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Mensagem da Dra. Natalia Kanem

Diretora-Executiva do UNFPA

Dia Mundial da Saúde Mental

10 de outubro de 2018

Vamos falar sobre saúde mental - e vamos agir!

Hoje, no Dia Mundial da Saúde Mental, o UNFPA convoca para que ações fortalecidas forneçam serviços para a saúde mental de pessoas jovens. 

Uma passagem segura e saudável da adolescência para a idade adulta é o direito de todas e todos. No entanto, a juventude enfrenta riscos e pressões que vão de pobreza e insegurança até às novas tecnologias - presentes e muitas vezes invasivas. Neste mundo em mudança, a saúde mental da juventude é frequentemente  negligenciada. A depressão é uma das principais causas de doença e incapacidade entre os e as adolescentes, e o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo. 

Juntos, devemos fazer o melhor. Em sua jornada para a vida adulta, adolescentes precisam de relacionamentos e serviços solidários, incluindo educação integral em sexual, para que desenvolvam a autoestima e o autocuidado e tomem decisões informadas e saudáveis. 

Hoje, muitos jovens enfrentam estigma, discriminação e violência devido ao seu gênero, sexualidade, etnia, deficiência ou qualquer outro estado. Globalmente, uma em cada cinco meninas está casada ou em união conjugal antes dos 18 anos. Cerca de 15 milhões de meninas adolescentes entre 15 e 19 anos tiveram alguma experiência de sexo forçado durante a vida. A situação é ainda pior para milhões de jovens que vivem em áreas de conflito e crises humanitárias. O estresse pós-traumático e a depressão multiplicam as injustiças que enfrentam e aumentam o ônus da gravidez não desejada, da infecção pelo HIV e do aborto inseguro. 

Para lidar com essas questões, nós do UNFPA e nossos parceiros promovemos o apoio à saúde mental e psicossocial, especialmente em situações de emergência. Criamos espaços seguros, onde sobreviventes da violência sexual e violência baseada em gênero possam receber os serviços de que precisam, promovendo a segurança, a cura e a resiliência. Em 2017, o UNFPA apoiou 725 espaços seguros para mulheres, meninas e jovens em 50 países afetados por emergências. 

Na chegada a um espaço seguro do UNFPA em Bangladesh, uma mulher refugiada disse: “Andei muito tempo para chegar a esta 'casa da paz', não para ter comida, não para ter remédios, mas para encontrar paz em meu coração, para poder continuar com a minha vida ”. Para ela e para muitas outras pessoas, esses espaços oferecem apoio para salvar vidas, tempo para cura, dignidade e paz de espírito. Para mulheres e meninas submetidas à violência, essa cura deve andar de mãos dadas com a justiça e com o fim da impunidade dos autores.

Hoje, pedimos a todos os governos e parceiros para que integrem a saúde mental e o apoio psicossocial em seus esforços para responder às crises humanitárias, construir a paz e alcançar o desenvolvimento sustentável. 

Não há saúde sem saúde mental. É um direito humano e central para a dignidade humana. Vamos acabar com o estigma que envolve a saúde mental e, acima de tudo, vamos agir.