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Enquanto aguardam, com medo e ansiedade, a viagem que as levará para outros estados do país, pessoas venezuelanas migrantes e refugiadas em Roraima recebem orientações do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) sobre saúde sexual e reprodutiva, violência de gênero e a importância de se manterem unidas para superarem situações de adversidade. A Interiorização é a fase da Operação Acolhida responsável por levar as pessoas interessadas a outros estados do país, de forma a encontrarem melhores oportunidades e, neste processo, o UNFPA procura realizar suas sessões informativas com aquelas que são prioritárias para o seu trabalho: mulheres, mulheres grávidas, lactantes, pessoas LGBTI, idosas ou com deficiência, indígenas, entre outras com necessidades específicas de proteção;

Na semana passada, foram duas sessões realizadas na véspera das viagens. Enquanto a Organização Internacional para as Migrações (OIM) se concentra em fornecer informações básicas sobre o itinerário e as cidades de destino, o Fundo de População busca fortalecer a resiliência comunitária e criar uma rede de proteção, de forma que as pessoas possam se sentir amparadas mesmo com a transferência a lugares diferentes.

“Nós compartilhamos informações básicas sobre o acesso a serviços em saúde sexual e reprodutiva, os serviços a serem procurados em caso de violência de gênero, xenofobia, entre outros. Em um segundo momento,  é explicado que o apoio mútuo na cidade de destino é muito importante, principalmente para as mulheres. Nós reforçamos as orientações para que elas se ajudem, compartilhem informações umas com as outras e busquem serviços”, explica a especialista em Mobilização de Campo do UNFPA em Roraima, Débora Rodrigues.

“Como as sessões informativas ocorrem na véspera da viagem, é um momento em que essas pessoas estão extremamente ansiosas e com medo, a maioria nunca viajou de avião. Por isso é tão importante reforçar a questão da resiliência comunitária, dizer que, por mais que encontrem obstáculos, é fundamental não desistir e ser persistente, criando confiança para seguir adiante”, conclui.

Interiorização

A Operação Acolhida é a operação do governo federal, em parceria com as Forças Armadas, responsável por coordenar a recepção das pessoas venezuelanas que chegam ao país. Os processos de Interiorização são um dos principais focos de toda a operação, por proporcionar às pessoas migrantes e refugiadas mais opções de trabalho, moradia, educação e saúde.

A Interiorização é um processo totalmente voluntário, no qual todas as pessoas que se interessam são previamente registradas e recebem orientações para a documentação necessária, incluindo para fins de regularização no país. A operação também garante que as vacinas, imunizações e exames de saúde estejam em dia. De acordo com a força-tarefa, mais de 12 mil pessoas já foram levadas a pelo menos 17 estados do país.