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O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) ministrou na última  quinta-feira, 27, um workshop sobre direitos humanos voltados a profissionais de empreendedorismo parceiros da Agência Besouro, agência de fomento social que promove programas de capacitação e empoderamento de jovens da periferia. Ao longo de um dia inteiro, 17 professores de diversas regiões do país que ministram aulas a centenas de jovens puderam aprender um pouco mais sobre direitos humanos,  igualdade racial, de gênero, direitos da população LGBTI, entre outros assuntos voltados para esta temática.

A ação é parte da parceria institucional formada entre o UNFPA e a Besouro, de forma a promover esforços para o desenvolvimento da juventude a partir da perspectiva dos direitos humanos. Assinado em fevereiro deste ano, a parceria prevê o intercâmbio de experiências e melhores práticas para aprimorar conteúdos e ações de mobilização e sensibilização que promovam a igualdade e a equidade de gênero, raça, etnia e geração, a partir da perspectiva dos direitos humanos e enquanto elementos centrais para a promoção de direitos e ampliação de liberdades no que diz respeito a agenda de população e desenvolvimento. O workshop foi o segundo resultado da parceria, que no mês passado já contabilizou outro importante resultado ao revisar o material de estudo direcionado aos  jovens que passam pelos programas de empreendedorismo, inserindo conceitos de direitos humanos nos exemplos estudados.


Grupo participou de dinâmica (Foto: Fabiane Guimarães/UNFPA Brasil)

“Valorizar e incentivar a juventude passa também por dialogar diretamente com esse público, garantindo que tenha um desenvolvimento pleno e atinja todo o seu potencial. Na América Latina e Caribe a população jovem é aproximadamente 165 milhões de pessoas. Incentivar a participação dessa população e contribuir para que todo o seu potencial seja aproveitado está entre os compromissos do UNFPA e é um fator essencial para assegurar e ampliar direitos, inclusive aqueles relacionados ao planejamento da vida reprodutiva”, explicou a oficial de programa para Gênero, Raça, Etnia e Comunicação do UNFPA, Rachel Quintiliano. 

Repercussão positiva

Durante o encontro, os profissionais que atuam em salas de aula por meio dos projetos da Besouro com a iniciativa privada, a sociedade civil e os governos, estimulando a formação profissional e a veia empreendedora de jovens em situação de vulnerabilidade social, debateram conceitos como racismo institucional, como garantir os direitos da população LGBTI e ações afirmativas. A atividade contou com convidados como a assessora em Direitos Humanos  do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Angela Pires; a gerente de Projetos de Liderança e Participação Política, Governança e Normas Globais da ONU Mulheres, Ana Cláudia Pereira; a oficial de programa em Saúde Sexual e Reprodutiva do UNFPA, Anna Cunha e oficial de programa em HIV e Juventude do UNFPA, Caio Oliveira.

Ao término do workshop, os participantes integraram uma oficina de debate sobre casos práticos de direitos humanos em ambientes de empreendedorismo, debatendo questões como a discriminação por gênero, orientação sexual ou raça no ambiente de trabalho. A repercussão foi bastante positiva.

“Essa ação vai impactar 100 mil jovens até o próximo ano. Nós precisamos de subsídios para fazer nosso programa melhor. Nosso objetivo é fazer o jovem sair do limbo e deixar de ser invisível, fazer com que ele seja referência, e melhorar o desempenho de nossas turmas, tratando as pessoas de forma melhor. E aprendemos muito aqui, porque se a pessoa for incluída, com certeza esses objetivos serão realizados”, avaliou o presidente da Agência Besouro, Vinicius Lima.


Participantes acompanharam atividades durante um dia (Foto: Fabiane
Guimarães/UNFPA Brasil)

A professora parceira da Besouro e integrante da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaj), Priscila Dias, afirmou que deixou o workshop “transformada”. “O  conteúdo foi passado de forma brilhante e esclarecedora, e vai chegar à ponta. É muito importante ter sensibilidade para olhar para esses grupos que às vezes estão ali nas nossas salas de aula, existindo calados”, disse.

“Saio daqui renovado, mas sensível a essa questão, porque confesso que esta temática estava passando à margem. Temos que olhar e cuidar das pessoas, e saímos daqui percebendo a importância disso”, resumiu Roberto Bemfica, servidor da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater), que desenvolve um projeto com jovens na área rural.