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As duas agências se uniram à Organização Mundial do Movimento Escoteiro para realizar o primeiro Fórum Mundial da Educação Não-formal, que acontece até amanhã no Rio de Janeiro

 

Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2019 - A educação que fornece habilidades e conhecimento para uma vida inteira, mas não necessariamente passa pelos currículos e sistemas tradicionais de ensino, é tema de evento que ocorre até esta quarta-feira, 11, no Rio de Janeiro. O Fórum Mundial de Educação Não-Formal é co-organizado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial do Movimento Escoteiro.

Na abertura do fórum, nesta segunda-feira, a representante do UNFPA no Brasil, Astrid Bant, reforçou a importância deste tipo de educação como forma de empoderamento e alcance de direitos para a juventude.

"Nós acreditamos em um mundo em que pessoas jovens tenham conhecimento sobre seus corpos, e habilidades para a vida que permitam que elas façam uma transição saudável para a vida adulta. Essas são as ferramentas que vão possibilitar que tomem atitude para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. E sabemos que isso vai muito além das capacidades do sistema de educação formal", lembrou Bant. "UNFPA vê a educação não-formal como uma importante plataforma para levar à juventude informações e habilidades que permitam com que façam escolhas melhores sobre seus corpos, suas vidas e seu mundo".

O mundo tem, hoje, a maior população de jovens de sua história: 1.8 bilhão. A representante do UNICEF no Brasil, Florence Bauer ressaltou que estima-se que 253 milhões desses jovens estão fora da escola, treinamento ou emprego. Ao mesmo tempo, há intensas mudanças nas sociedades e economias, com rápida evolução das tecnologias e novas exigências do mercado de trabalho. “Nesse contexto, a educação não-formal desempenha um papel crucial em promover oportunidades de educação e aprendizado para quem não está na educação formal, não teve oportunidade de desenvolver plenamente suas competências de letramento ou deseja continuar aprendendo”, destaca Florence. E conclui: “Certamente, o sistema de educação não formal deverá ser fortalecido, incluindo percursos flexíveis de aprendizagem, numa abordagem mais duradoura.”

Movimento escoteiro

Um dos exemplos de organização de educação não-formal é o movimento escoteiro, que organiza o evento. Conforme lembrou o presidente do Comitê Escoteiro Mundial da Organização Mundial do Movimento, Craig Turpie, a educação não-formal garante capacidades e conhecimentos, além de pensamentos críticos, que muitas vezes não são passíveis de aprendizado dentro da sala de aula. "É tudo sobre pessoas jovens sendo protagonistas do desenvolvimento e de suas trajetórias. O que aprendemos é sobre desenvolver habilidades, fazer escolhas e agir", afirma Craig.

Neste ano, o Fundo de População da ONU firmou uma parceria, a nível global, com a Organização Mundial do Movimento Escoteiro, que resultará no desenvolvimento de projetos em conjunto, com objetivo de fortalecer o mandato do UNFPA, especialmente em relação à saúde e participação das pessoas jovens nos temas que envolvem a estratégia global de juventude, "Meu Corpo, Minha Vida e Meu Mundo". 

O evento


(Foto: UNFPA Brasil/Fabiane Guimarães)

O Fórum Mundial de Educação Não-Formal reúne mais de 350 especialistas especialistas internacionais em desenvolvimento juvenil para discutir como promover a autonomia da maior geração de jovens que o mundo já viu. Primeiro evento desta categoria, o fórum tem como objetivo explorar como as organizações podem acompanhar as últimas tendências da educação não-formal, também como contribuir para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), presentes em todas as agendas globais. O evento conta com a participação de quase 400 pessoas, e ao menos 100 delas são jovens lideranças. 

"O Fórum é um marco importante dentro desta parceria com o Escotismo Mundial, e nós acreditamos que somos mais fortes juntos, em um mundo em que a solidariedade rumo a um mundo melhor é mais necessitada do que nunca", lembrou Astrid, da UNFPA.

Para Florence Bauer, do UNICEF, o Fórum é uma “oportunidade única para um rico intercambio de boas práticas realizadas ao redor do mundo, para discutir e identificar estratégias de como fortalecer a educação não formal e a garantia do direito à educação de cada jovem, sem deixar ninguém para trás.”